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Atualizado: 16 de junho de 2025


Agora que a seu lôbrego Retiro Como que a baça Morte me encaminha, E o coração, que as ancias lhe adivinha, Débil se ensaia no final suspiro: Musa de Elmano, e Musa de Belmiro, Una-se a gloria sua á gloria minha: Meu nome aguarentou com voz mesquinha, Eu justo ao seu não fui, e a sê-lo aspiro.

Nem tu me esquecerás, Gastão cadente , Lustroso apar do mim, quando de chófre Igneas canções brotei, c'um Deos na mente. Abri, Verdade, abri teu áureo cófre: Isto Elmano extrahio co'a mão tremente No sério ponto que illusões não sóffre. Se a locução, a fantasia, e o rhythmo caracterizão a mente Poética, aponto D. Gastão Coutinho como dorade com estes thesoiros do Espirito.

Temos mui nobre, e remontada Essencia, Viemos povoar Terraqueo Globo De mui alto lugar; e a prova, Elmano, Em nós mesmos se , julgando escassa Humilde habitação, d'arte os portentos, De Arquitectura, e luxo assombros claros, Que hum leve sopro esbrôa, esmaga, e prostra; Não temendo largar tão baixa esfera. He das dores crueis o termo a morte!

Unindo os bicos, se namorão, se instão, Se afagão longamente, e arrulão juntas. Nellas pejo não he, nem crime o gosto, O altar da Natureza urdio seus laços! Férreo Dever, que o Sentimento ancêa, Dever, algôz de Elmano, algôz de Analia, Nos tenros corações lhes não carrega! Felices Passarinhos melindrosos, De Analia inveja sois, de Elmano inveja, Sois da ternura, e do prazer a imagem.

Bocage devia de muitas vezes romper em apostrophes contra os frades que o viam amansado nos carceres da inquisição, e nos cubiculos conventuaes. Póde ser que o humilde amigo do poeta, em expansivas horas, merecesse a confidencia das amarguras que ennoitaram o melhor da vida do alquebrado espirito de Elmano.

E tu, Planta de Amor, que tens meu nome, Que o tens com mão divina em ti gravado, A Terra desdenhando, irás aos Numes, Por ledo agoiro de adoravel boca. Aves do Olympo, modulando amores, Que Analia sente, como os sente Elmano, Que á Plebe dos Amantes são mysrerios, Aves mais brandas, mais fiéis, mais lindas Que as mesmas aves que em Cithéra adejão, Hão-de, Planta ditosa, ornar-te a rama.

Ora pois, o nosso Camões, creador da epopea, e depois do Dante da poesia moderna, viu-se atrapalhado; misturou a sua crença religiosa com o seu credo poetico e fez, tranchons le mot, uma semsaboria. E aqui direi eu com o vate Elmano: Camões, grande Camões, quam similhante Acho teu fado ao meu quando os cotejo! Vou fazer outra semsaboria eu, n'este bello capitulo da minha obra-prima. Que remedio!

Na gravissima enfermidade do Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage. Elmano! Elmano! Os que te ouvírão rindo, Penhas, e Montes, que teu Metro alçava, Clamar faz hoje a Dôr, que em pranto os lava, E, mais que todos, o Permesso, e Pindo. Bosques, Paizagens, que teu verso lindo Em dobro enriquecêo, teu mal aggrava: Chorão-te Graças, Nynfas, que elle honrava, O niveo rosto com as mãos cobrindo.

Pungido pela dor, banhado em pranto, Desato, Elmano, minha voz truncada, Que de gemer, de suspirar cançada, Acha o rouquejo no lugar do canto. Debalde em pragas mil a voz levanto Contra o Cypreste, lúgubre morada, Que de funereas Aves carregada, Te condensa o pavor, o susto, o espanto. Para baldar o agoiro, em vão tentára Loiros dispôs em mimo esperançoso, Que na aridez não vinga a ténue vara.

Quizera agora ter o dom de Elpino, Invadir com teu nome a Eternidade...... Mas ah que delirei: oh mente louca! Não precisas de quem de ti precisa: Rite, rite de mim, ó grande Elmano Mas dos desejos não, dos sãos desejos. De João Galvão Mexia de Sousa Mascarenhas. Ao Senhor Manoel Maria de Barbosa du Bocage.

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