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Como dizia pois, é coisa estranhissima que assim me lance a escrever um livro. Não está nada no meu feitio ser homem de prosa e de letras ainda que, como outro qualquer, aprecio as bellezas da Santa Biblia e gózo com a Historia do Rei Arthur e da sua Tavola Redonda. No emtanto tenho razões, e razões consideraveis, para tomar a penna com esta mão inhabil que ha quasi cincoenta annos maneja a carabina. Em primeiro logar, os meus companheiros, o barão Curtis e o digno capitão da Armada Real John Good (a quem chamo por habito «o capitão John») pediram-me para relatar e publicar a nossa jornada ao Reino dos Kakuanas. Em segundo logar, estou aqui em Durban, estirado n'uma cadeira, inutilisado para umas semanas, com os meus achaques na perna. (Desde que aquelle infernal leão me traçou a côxa de lado a lado, fiquei sujeito a estas crises, todos os annos, ordinariamente pelos fins do outono. Foi em fins de outono que apanhei a trincadella.

Quanto a este ponto, este agora historico pomo de discordia, a nomeada que nos ultimos tempos obteve, proveio não da sua riqueza propria, nem de ser apto para uma colonisação improvisada ou cerebrina, que lhe desse vida propria e robusta; mas sim foi devida á sua relativa situação geographica, visto que sua extensa e segura bahia se presta para vir a ser o grande porto que se torne o interposto para aquelle importante commercio com o interior d'Africa, facilitando-o, uma vez que se construa o caminho de ferro n'aquella direcção, e por se prestar a isso muito mais idoneamente do que o porto de Durban, no Natal.

Effectivamente, é uma das mais bellas paizagens que tenho contemplado, aquella. Partímos, e pouco depois eu fazia parar a diligencia, para falar á minha gente, que encontrei nos vagons em que tinham sahido de Pretoria, e que rodavam pesadamente no caminho de Durban. Informado de que estavam tôdos bons e que sobejavam os vìveres, segui, dando-lhe um ponto de reunião em Maritzburg.

Mas, emfim, tenho ouvido dizer que aqui na colonia é coisa corrente e bem aceita troçar um pouco os que chegam, os novatos d'Africa... E depois essa historia é tão extraordinaria! Insisti, ainda offendido: O original escripto pelo velho fidalgo no farrapo de camisa, tenho-o em Durban! Será a primeira coisa que lhes hei de mostrar em chegando!... Não ha uma palavra...

Nas ravinas, cavadas pelas enxurradas de seculos, faiscam riachos innumeraveis: o verde do matto é mais intenso: os outros verdes de jardins entremeiam-se com as plantações d'assucar: e a espaços uma casa muito branca, sorrindo para a azul placidez do mar, põe uma linda nota, humana e domestica, na vastidão da paizagem. Como disse, contavamos dobrar, antes do sol-posto, a ponta de Durban.

Aquelle moço, que havia mezes, na minha casa em Durban, me pedia para entrar ao meu serviço eil-o agora rei, grande Potentado d'Africa, commandando cincoenta mil guerreiros, senhor de povos, de rebanhos e de terras sem conta! Salvè, rei! exclamei eu, erguendo-me com respeito. Graças a ti, Macumazan, e aos teus amigos! exclamou elle, apertando-me as mãos com carinho.

Snr. Quartelmar! exclamou então o barão. Quando eu me metto n'uma empreza, tudo sacrifico para a levar a cabo. Eu tenho fortuna, uma grande fortuna, e necessito do seu auxilio. O snr. Quartelmar póde portanto pedir-me o que quizer pelos seus serviços, não digo dentro do razoavel, mas dentro do possivel. Além d'isso, apenas chegarmos a Durban, vamos a um tabellião, e eu obrigo-me por uma escriptura a continuar a educação de seu filho, no caso de lhe acontecer a si um desastre, ou a deixar-lhe uma independencia, no caso de eu estourar tambem. que estou prompto a tudo. Ainda mais. Se por acaso descobrissemos os diamantes, metade d'elles ficariam pertencendo ao snr. Quartelmar, outra metade ao capitão John.

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