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Atualizado: 10 de junho de 2025
Amargurava-se porque desde o principio do seculo era Portugal a unica nação da Europa, que se entregava á empreza audaz de descobrimentos de terras novas e desconhecidas; e pois lhe parecia difficil encontrar, outra que ousasse devassar e curvar os mares e arrancar de seu seio continentes ignorados.
Não lhe deixaria attentar em que este acontecimento é o resultado dos maravilhosos descobrimentos do seculo XIX, os quaes acabando com as distancias, pondo em intimas e faceis relações todos os povos do globo, e na presença uns dos outros todos os cultos religiosos, as locubrações dos sabios de todo o mundo, todos os productos da terra e da industria humana, haviam de produzir, por effeito de uma força irresistivel, o duro embate das velhas idêas e dos interesses á sombra d'ellas creados, com as idêas e interesses, que os progressos humanitarios iam gerando e desenvolvendo.
Dos grandes e magnificos descobrimentos, com que se accrescenta e se melhora a civilisação intellectual e a humana condição, não ficou enfeudada a propriedade exclusiva na geração e na familia dos gloriosos inventores.
Assim, no fim do seculo XV ha verdadeiramente um ponto de intersecção na vida da monarchia: a actividade que ella estava habituada a empregar nos seus rijos combates com a aristocracia, e em buscar a alliança da democracia para a fazer suicidar ao passo que d'ella se ajudava para vencer o privilegio; essa actividade, digo, espraia-se nos descobrimentos e conquistas, porque não tem já objecto nas fórmulas sociaes: n'estas a sua acção benefica cessa porque está completa, e principia a sua acção deleteria; no logar da ordem põe a servidão; em vez do repouso da paz produz a quietação do temor; á moralidade substitue a corrupção dos costumes.
Eis as consequencias que resultaram dos descobrimentos dos portuguezes nos seculos XV e XVI; eis o motivo por que, do ultimo logar em que era contada esta nação, passou a occupar, se não o primeiro, o mais distincto, o mais glorioso, o mais invejado logar no decimo sexto seculo. Eis as consequencias que resultaram para nós.
Elle bastaria por si só a caracterisar uma época, o occaso da idade-média em Portugal, se, a dous passos de distancia, os descobrimentos maritimos, promovidos pelo infante D. Henrique, não tivessem vindo relegar para o segundo plano do vasto quadro da civilisação universal todos os outros factos, e todos os vultos humanos que não collaboraram directamente n'essa colossal epopêa das aventuras maritimas.
Mas é para agradecer e louvar. Acceitando a missão de auxiliar o nobre alvitre de v., e achando-me collocado em frente do periodo mais brilhante da historia de Portugal, que o infante D. Henrique personifica, lembrei-me de que o assumpto, comquanto vasto, ha de ser amplamente tratado por muitos escriptores portuguezes, que mais ou menos se encontrarão n'um ponto de partida commum: a vida do infante, e a sua influencia na successão dos nossos descobrimentos maritimos.
No texto da sua memoria a pag. 39 e nota 7.ª , aquelle erudito escriptor pretende provar, que a palavra malagueta era usada pelos naturaes da costa d'Africa, datando dos nossos descobrimentos a sua adopção para designar a droga, antes mais conhecida pelo nome de sementes, ou grãos do paraizo. Os factos apontados nas citadas passagens pouco ou nada provam.
O auctor impressionou-se com a bella e romantica figura de Pero da Covilhã, a qual apparece na historia, um pouco esbatida, tão sómente pela exuberancia de luz com que se illuminam os quadros dos descobrimentos e conquistas subsequentes, que elle em tamanha parte preparou.
Indigno do nome portuguez fôra eu, se tratando dos descobrimentos dos portuguezes nos seculos XV e XVI, das causas que os determinaram e dos resultados que derivaram d'esses descobrimentos, deixasse de pronunciar os venerandos nomes do illustre Almeida e do grande Albuquerque.
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