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Atualizado: 31 de maio de 2025
O sangue abandonou-lhe subitamente as faces, para cêdo affluir com mais violencia a ellas; saiu-lhe dos labios um grito que mal pôde reprimir, e tentou retirar a mão, que Carlos continuava a segurar nas suas. Snr. Carlos! disse ella, com a voz agitada de sobresalto e confusão. Não se retire assim, Cecilia. Nada receie. Amo-a muito, mas respeito-a tanto, quanto a amo; e mais depressa...
No lìmiar da porta, que se abria, apparecia a figura candida e serena de Jenny, com o braço passado pela cinta de Cecilia, a cuja cabeça, suavemente animada por um sorriso de melancolia, sustentado a custo, servia o seu hombro de apoio. Jenny conservou-se por algum tempo assim, olhando-os com gesto composto e admirado, que parecia subjugal-os. Havia n'esta scena um quadro que impressionava.
O desalento, que parecia descobrir-se através das expressões d'aquella pequena carta, que em vão Cecilia tentára tornar jovial, justificava a ligeira nuvem que viera assombrar a fronte, habitualmente serena, da bondosa Jenny; habituada como estava ás alegrias sem motivo, á despreoccupação da sua amiga, tantas vezes reveladas em cartas e em conversas anteriores, estranhava com razão estes indicios de tristeza.
Esta pergunta, obrigando-a a notar o adiantado da hora, soou funebremente aos ouvidos de Cecilia. Não disse ella, com voz alterada. Luz, tão cêdo! Cêdo?! Onde vão as sete, menina! Está de ver que não vem. Que não vem! Que não vem! Você está douda, mulher? Pois não ha de vir? exclamou, com dobrada impaciencia e quasi com raiva, Cecilia, debruçando-se mais na janella.
Cecilia, ainda mal senhora sua, fez signal á criada, que, collocada no limiar da porta, mostrava poucas disposições de abandonar o posto, e por isso fingiu não perceber a ordem, apesar de ter entendido bem até as palavras de Carlos.
A porta da sala, em que Cecilia ficára, abriu-se, e a filha de Manoel Quentino appareceu, pallida e sobresaltada, porque tinha reconhecido a voz do pae e suspeitado tudo. Jenny, vendo-a, caminhou apressada para ella, e, apertando-a nos braços, disse para Manoel Quentino: A filha, de quem vinha saber, estava commigo. Receia ainda por ella?
Nós que fazemos aqui mettidos? Cecilia, julgando satisfazer os desejos do pae, condescendeu. Meia hora depois saíram ambos. Cecilia pensava ainda se se resolveria a assistir á festa do anniversario de Jenny. Poucas palavras se trocaram entre o pae e a filha, durante todo o passeio. Vieram terminal-o a Cedofeita, aonde assistiram á missa.
Não é reparação, que venho aqui oferecer; Cecilia não carece d'ella; venho pedir-lhe a minha felicidade. Manoel Quentino permanecia como estupefacto. De meu pae tenho já o consentimento; tenho tambem a approvacão de Jenny; falta-me apenas... E Cecilia?... Interrogue-a. Manoel Quentino, quasi sem saber o que fazia, dirigiu-se á porta para chamar a filha. Esta não estava longe, como é de prever.
Emquanto te vestes alguém virá de certo, e se não vier... Emfim estou resolvida a cortar por todas as objecções, ainda que seja de uma maneira absurda. Vê lá se pódes luctar commigo. Cecilia sorriu a este capricho de Jenny; era tão pouco sujeita a elles, que a filha de Manoel Quentino suspeitou que alguma ideia occulta andava n'isto. Retirou-se porém para obedecer-lhe. Jenny ficou só na sala.
Nem sei para que a fez esperar acudiu Jenny com vivacidade. Era Cecilia uma das suas mais affeiçoadas amigas. Passados momentos, entrava no quarto, ligeira como uma andorinha, risonha como uma creança, a filha de Manoel Quentino. Era a unica familia que o velho guarda-livros tinha no mundo. Jenny estendeu-lhe affectuosamente a mão ... e «beijaram-se», pensará a leitora.
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