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Atualizado: 22 de junho de 2025
O sargento Cabrinha e o seu honrado confidente Gaspar Preto, o Sapo, as pessoas conspicuas da assembléa nocturna, em que a nossa indiscreção introduz o leitor, são as que olham mais a miudo, e de cada vez que fitam vista n'aquelle corpo inerte, um calafrio arrepia-lhes a espinha dorsal, e um suor de mau agouro, apezar da temperatura, borbulha na testa de ambas.
Os milicianos boquiabertos contemplavam o cadaver, e a figura singular de Estevam Cabrinha e do coxo, que não eram santos da devoção de nenhum d'elles. João da Ventosa sorria-se para dentro. Dir-se-hia que fulminava os dois cumplices com o sombrio fulgor dos olhos.
Deante de testemunhas protestou moel-o com o cajado de zambujeiro, especie de clava, que achatava um homem como uma bolacha, e vozes chocalheiras avisaram o sargento da promessa caridosa. Cabrinha enfiou.
Dariam tudo por se verem a cem leguas da companhia d'aquelle morto, cujo sangue o seu remorso, como que está avivando mais em manchas vermelhas sobre o sudario, que lhes esconde o rosto. Os principaes auctores concordam com o logar e com os accessorios. Comecêmos pelo chefe, como é razão. A physionomia de Estevam Cabrinha não desmente a reputação.
Em quanto Paulo de Azevedo respirasse livre, o amor proprio e a bolsa de Cabrinha padeciam, e não era elle homem que dormisse, quando o interesse o chamava com voz activa.
Finalmente os moços trouxeram a ceia em bandejas largas, e a creada velha despediu o amo e o sargento, declarando que ficava e dormia perto dos presos para os servir. Cabrinha saiu atraz do seu amphytrião, fechou a porta, e metteu a chave no bolso. Por este lado estava tranquillo. Restava a ceia com o cadaver defronte.
N'essa occasião ja iam tôdos embarcados, porque Carimuque tinha pôsto dois barcos grandes á minha disposição, e n'elles eu havia accommodado Augusto, as mulheres, os pequenos e a minha cabrinha. Calungo, o papagaio, esse viajou sempre comigo.
Agora o que preciso saber, e já, é o que são e o que fazem alli!... Será o sargento Cabrinha, aquelle jacobino! Andou esta manhã pelo sitio com as milicias. Só se fôr elle! O maldito ri-se de Deus e do diabo. Ha de chegar-lhe a sua vez. Prendeu alguem?!... Dizem que sim, ahi para os sitios do Casal do Ouro. Ah! exclamou o mancebo. Capaz seria elle? Se fosse quem receio!... Ouviste dizer?...
Por um esforço heroico Estevam Cabrinha conseguiu obedecer. Não tinha sêde, nem fome, tinha medo. A ceia era para elle um martyrio, sobre tudo com as costas viradas para o cadaver, cuja sombra se lhe figurava a cada momento alevantada por cima dos hombros. O Sapo não padecia menor tormento. Com o morto e a vista do sudario ensanguentado defronte enlouquecia de terror e de afflicção.
Este homem ouviu?!... Bem! Então que fale. O dialogo, que estamos escutando, tinha-se travado, como o leitor já percebeu de certo, entre o intendente Lagarde, o sargento Cabrinha, e o seu assessor Gaspar Preto.
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