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Com effeito, se bem comprehendemos todo o pensamento do escriptor italiano, a psychonevrose sommar-se-hia com uma simples predisposição vesanica para determinar a Paranoia, que os delirios systematisados secundarios symptomatisam; ao contrario, eu penso que a Paranoia preexiste á psychonevrose, embora tendo uma fórma mitigada e revestindo até ao advento d'esta uma feição mal definida, um verdadeiro typo indifferente.

Kraepelin em 1883, retomando no seu Compendio de Psychiatria as idéas de Krafft-Ebing sobre a Paranoia, definiu-a «uma profunda e duradoura transformação do Eu, essencialmente evidenciada por uma anomala comprehensão e elaboração das impressões internas e externas». Sem obnubilação da consciencia e sem vivas emoções que lhe perturbem o curso dos processos intellectuaes, o paranoico acceita as idéas delirantes, que se lhe impõem e que elle é incapaz de corrigir; esta invalidade psyquica umas vezes congenita, adquirida outras é, pois, a base e o terreno de evolução da Paranoia, que, porisso mesmo, não representa um mero accidente na vida de um homem são, mas uma doença constituicional, atacando nos seus mesmos fundamentos a personalidade psychica.

Sem a intervenção accidental da psychonevrose, a degenerescencia, menos avançada que na Paranoia primaria, não se accentuaria n'um delirio systematisado; dado, porém, o abalo maniaco ou melancolico, pronuncia-se o estado degenerativo por um complexo symptomatico especial em que ha concepções delirantes e tendencias para a demencia.

Demos, porém, a palavra ao escriptor italiano: «A Paranoia secundaria diz elle, é uma psychopatia que se affirna por delirio e caracter paranoico mais ou menos accentuados sobre um fundo de debilidade mental invasora, como terminação de uma psychonevrose que, desarranjando o equilibrio de um cerebro de si invalido, reforça processo degenerativo, abreviando-lhe a evolução e concentrando n'um mesmo individuo os caracteres de um série pathologica» .

Fritsch, um dos primeiros a combater a noção da Paranoia aguda, designou esses casos sob o nome Verwirrtheit ou confusão mental, fazendo-os depender de uma fraqueza irritavel ou esgotamento nervoso dos hemispherios cerebraes, que póde observar-se como syndroma ou como complicação da maior parte das psychoses e, portanto, da Paranoia.

Que os delirios do paranoico sejam agudos ou chronicos; que se acompanhem ou não de allucinações; que conservem sempre ou percam por algum tempo a sua costumada systematisação eis o que nos não preoccupa excessivamente, por isso que concebemos a Paranoia como uma constituição mental anterior a todos os delirios, sobrevivendo-lhes e podendo até existir independente d'elles.

Pelo seu lado, Krafft-Ebing, que á Paranoia um logar entre as degenerescencias psychicas ou psychoses constitucionaes, relega os pretendidos casos de Paranoia aguda para o delirio sensorial, Hallucinatorischer Wahnsinn, que elle colloca entre as psychonevroses ou psychoses accidentaes, ao lado da mania e da melancolia.

Tal é, pela voz dos seus mais illustres representantes, a theoria que rejeita a existencia de uma Paranoia aguda.

E assim se comprehende como, ao lado das fórmas persecutoria e ambiciosa, deva dar-se no quadro da Paranoia um logar á fórma hypocondriaca, a despeito de uma errada tradicção que espirito faz surgir como inseparaveis as idéas de hypocondria e de melancolia. Alig. Zeitschr. f. Psych., 1883

Para este auctor, com effeito, a debilidade de espirito, no sentido do que outros chamam invalidade psychica e ausencia de senso critico, representa na Paranoia um papel fundamental.

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