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Dizem que elles até na fogueira terão frio, e no gelo se sentirão arder; estarão ávidos de descanso e irrequietos; sempre com fome, sempre com sede, e mil vezes mais cansados que o escravo no fim do dia, mais doentes que os moribundos, mais lacerados, mais escalavrados, mais lazaros que os martyres, e assim para todo o sempre.
Assim fenecem Imperios, reinos, solidões tornados!... Não: nenhum deste modo: o peregrino Pára em Palmyra e pensa: o braço do homem A sacudiu á terra, o fez dormissem O seu ultimo somno os filhos della E elle o veio dormir pouco mais longe: Mas se chega a Sion treme, enxergando Seus lacerados restos.
Era o ruido agudo do estalar de todos os tecidos do coração, do rasgarem-se todos os vasos de sangue, do embate dos pulmões lacerados contra as paredes do peito. E, depois, os dedos recurvos nos ferros da grade, relaxaram-se, hirtos como os de um cadaver, e o corpo resvalou da cadeira para o chão com estrondoso baque.
E pelo corredor recomeçou para Gracinha, que arfava, e para a Rosa, estarrecida, a historia do encontro, e o sujo ultrage, o tiro que falhára e os malandros lacerados a chicote, e o velho marchando como um captivo, a gemer pela estrada de Ramilde. Apertando o peito, n'um desmaio, Gracinha murmurou: Ai, Gonçalo! E se um dos homens estivesse morto!
O braço do homem A sacudiu á terra, e fez dormissem O seu ultimo somno os filhos della E elle o veio dormir pouco mais longe... Mas se chega a Sião treme, enxergando Seus lacerados restos.
Vinha a noite... pelas faces As lagrimas te correram! Apertando-me a teu seio, Num extranho murmurar, Disseste que com as ondas Te podia comparar! «Ellas vinham, não voltavam...» Poesia? presentimento? Sorri, chamei-te criança, Não soubeste o meu tormento! Divulgar extravagancias D'um Immortal, o mesmo é Que levantadas estatuas Denegrir desde o sopé. Ó corações lacerados!
Por ventura Houve alguma de vós, ó desgraçadas, Que quando aos peitos lhe pendia o filho, Ou no embalado berço o adormentava, E, sorrindo d'amor, se comprazia N'aquelle brando repousar donoso, Ai! houve alguma então que nem por sombras Esperasse este dia, ou ver dispersos Da cara prole os lacerados membros?
Viam-se rir as boccas côr d'aurora das magnificas damas decotadas. Duquezas louras, tranças côr d'amora, com bellas mãos, macias, delicadas, abafavam o riso em transparentes lenços lacerados entre os dentes.
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