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Á noite bateram á porta; o noivo foi abril-a e reconheceu pelo casaco verde o diabo que lhe disse: Fiquei sem a tua alma, é certo, mas em compensação appareceram-me duas! Aventuras de João-Pequenino No tempo em que Deus andava pelo mundo, estava um pobre lavrador aquecendo-se á lareira emquanto se lastimava á mulher, que perto d'elle fiava, desgostoso por não ser contemplado com filhos.

Deram-lhe de comer e vestiram-lhe outro fato, pois o primitivo vinha em estado lastimoso, o que é natural, attendendo aos sitios pouco limpos por onde viajára o nosso João-Pequenino. Os tres cabellos d'oiro do Diabo

Assim que chegaram ao presbyterio, João-Pequenino introduziu-se no quarto, e em seguida começou a gritar com toda a força dos pulmões: Querem tudo o que está aqui? Os ladrões amedrontados disseram-lhe: Fala mais baixo que acordas toda a gente! João-Pequenino fazendo ouvidos de mercador, cada vez gritava mais: O que é que vocês querem?

João-Pequenino, se gritava até então, agora quasi que berrava: Vou dar-lhes tudo; aparem as mãos! D'esta feita, a creada ouviu tudo perfeitamente; saltou da cama e correu para a porta. Os gatunos ao presentirem gente deram ás de villa Diogo, como se o Diabo lhes tivesse dado azas; a creada, não ouvindo mais cousa alguma, foi accender uma candeia.

João-Pequenino tinha-se aninhado no feno, onde arranjára uma boa caminha em que contava dormir até manhan, indo em seguida para casa dos paes que a essa hora deviam estar em sobresaltos. Não pararam porém, aqui as aventuras d'este ratão; havia de passar ainda por bem maus boccados. A creada ergueu-se ao luzir do buraco para dar ração ao gado.

A casa em que morava desagradava-lhe bastante, e o que mais complicava a sua critica situação, era a quantidade de feno que se armazenava, estreitando mais ainda o pouco espaço em que se continha. Por fim, não podendo mais suster-se do terror que d'elle se apossára, João-Pequenino gritou o mais que poude: Basta de feno, basta de feno que eu não posso mais... abafo!

João-Pequenino, porêm, que percebêra e ouvira bem toda a conversa, trepou pelas pernas do pae á altura do hombro e segredou-lhe: Pae, acceite a proposta, que eu em breve estarei de volta. Ante esse conselho de João-Pequenino, o pae cedeu-o aos homens por uma valiosa moeda de ouro. Onde queres tu collocál-o? perguntaram entre si.

Quando appareceu, João-Pequenino, sem que ella o tivesse enxergado, foi esconder-se no palheiro. A creada, depois de ter pesquizado todos os cantos á casa sem que nada visse, tornou a deitar-se, suppondo que tudo o que ouvira fôra sonho.

Os dois desconhecidos, ao vêrem João-Pequenino, não sabiam que imaginar, de tal maneira ficaram extacticos com o rarissimo phenomeno. Falaram em segredo e resolveram: Este exemplar póde trazer-nos uma fortuna, se quizermos expôl-o a troco de alguns cobres em qualquer povoação; não será mau comprál-o.

O homem pegou no João-ninguem e pôl-o no chão n'um relvado á beira-estrada; João-Pequenino depressa alcançou umas moutas e de repente encafuou-se n'uma toca de rato que buscára de propósito. Boa viagem, meus senhores, continuem o caminho sem a minha companhia lhes gritou, rindo.

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