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E ficou depois muito triste, encostada á porta do camarim, com os olhos fitos no bico de gaz, que se abria trémulo como o leque febril d'uma hespanhola. Tanto indaguei e com tão sincera simpathia o motivo d'aquella tristeza, que cheguei a sabel-o um dia. Coitadinha! Consuelo era filha d'uns saltimbancos.

Os primeiros dois pés que eu lhe lancei, collocou-os ella sobre o pavilhão dos ouvidos, como dois brincos. Ficavam-lhe como duas contas enormes de coral! Em seguida apanhou na ponta dos dedos a roda do vestido, á frente, e disse-me que atirasse para ali as cerejas que fosse colhendo. vae, Consuelo! gritava eu de cima! Venham dizia ella.

E, fechando os olhos, retezava e repuxava o vestido para as aparar ali todas. Consuelo tinha uma bôa regaçada, quando, de repente, ouvimos, ao longe, uma voz trémula, que cantava assim: En un ameno bosque Mi niña duerme; Cuidado, pajarillos, No se despierte.

Ás vezes desejava ser como o boi manso, que vae pastando tranquillamente, n'um bosque, á beira d'agua corredia; outras, então, queria antes ser como a pôtra que se avistava, ao longe, n'um extenso prado, correndo, com as crinas esparsas, aos pulos, sobre os giestaes floridos! Ao passar pelos silvados, Consuelo colhia as amoras maduras, e comi-as com soffreguidão.

Em vez de Pintor deve lêr-se Pinto, e o artista é indubitavelmente o mesmo que gravou em cobre o frontispicio da Historia do insigne apparecimento de Nossa Senhora da Luz, de fr. Roque do Soveral, impresso em 1610, em Lisboa, pelo mesmo typographo que imprimiu o Consuelo de Justos. Esta estampa é assim rubricada: Antonio Pinto Lusitano exculp. Fr.

Caramba! que serás feliz! que a pobre rapariga, uma fria manhã de nevoeiro, levantou-se da cama, foi, ante , beijar a Conchita, que ainda dormia, e fugiu! Vejam que desgraça! Afinal, de terra em terra, de desillusão em desillusão, sem um raio benefico de esperança, que lhe fulgurasse na negrura da sorte, veio a Consuelo parar a Portugal!

Na residencia do sr. abbade via-se o muro do passal coberto de trepadeiras; e por baixo do peitoril d'uma janella, n'uma gaiola de canna pendurada na parede, assobiava um melro. Consuelo ia encantada! O ar fresco, puro e sadio do campo abria-lhe appetites selvagens e contraditorios.

Seguiram-se as apresentações: Senhorita Lola... Senhorita Dolores... Senhorita Consuelo... O João Lazaro, com os ademanes de um principe, sorria benevolamente a cada um d'estes nomes, inclinando-se amavel, com modos de grande senhor. Abancaram á mesa e principiou o festim.

Logo depois que a mãe morreu, principiou a ir por casa, emquanto o saltimbanco estava na taberna, uma velha esqualida a induzir a Consuelo que fugisse ao pae e que fosse para uma companhia de zarzuella, que um emprezario rico ia organizar. Tanto a velha lhe prégou, e sempre com prendas, com ramos de violetas e Que guapa que és!

Era uma canção popular, com que a mãe da Consuelo embalava nos braços a Conchita, quando era ainda muito pequenina: En un ameno bosque Mi niña duerme, Cuidado, pajarillos, No se despierte. Antes tres dias de partir a companhia para Sevilha, eu e uns amígos offerecemos a Consuelo um jantar, no campo, debaixo d'uma ramada. Era pelos ultimos dias de maio.

Palavra Do Dia

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