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Os olhos com que todo me roubastes Forão causa do mal que vou passando; E vós estais fingindo o não causastes. Mas eu me vingarei. E sabeis quando? Quando vos vir queixar porque deixastes Ir-se a minha alma nelles abrazando. Se com desprezos, Nympha, te parece Que podes desviar do seu cuidado Hum coração constante, que se offrece A ter por gloria o ser atormentado.
Se me não impedir o meu desejo; Porque o que vejo, emfim, me torna a vida. Porém a natureza, Que nesta pura vista se mantinha, Me falta tão asinha, Como o sol faltar soe á redondeza. Se houverdes qu'he fraqueza Morrer em tão penoso e triste estado, Amor será culpado, Ou vós, ond'elle vive tão isento, Que causastes tão largo apartamento, Porque perdesse a vida co'o cuidado.
Pois logo, se sois servida Que tantos mortos não sejão, Não rezeis onde vos vejão, Ou vêde para dar vida. Ou se quereis escusar Estes males que causastes, Resuscitae quem matastes, Não tereis por quem rezar. Se n'alma e no pensamento Por vosso me manifesto, Não me peza do que sento; Que se não soffrer tormento, Faço offensa a vosso gesto.
Palavra Do Dia
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