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Comprehendo, observa-lhe o badage, que influa mais no teu espirito a religião do dever do que a da misericordia. Mas tambem é certo que debaixo d'esse pello de perro austero e selvagem tens ou deves ter uma alma. Por ventura deixarias morrer, á guisa de fera estorcida na jaula, um pobre homem nascido e criado á semelhança de Deus? Desempenho á risca as ordens que me dão.

O badage levantou-se bruscamente da estadella, correu as vistas pelas douradas paredes da sala e dirigiu os passos para o lumiar da porta. Aquelle palacio escaldava-lhe a cabeça como se o abrasasse a cratera de um volcão.

O badage continuou a revelar-lhe: Vou por fim denunciar-vos tudo o que sei.

Os braços e tronco, as pernas e a caveira ali se viam com a pelle arroxeada e os ossos amarellecidos pelos effeitos da podridão. O badage, pensando na sorte das malaventuradas creaturas, sentiu ainda mais activa a prurigem da curiosidade. Não cuidando de fechar a porta do escondrijo, lembra-se de percorrer a trechos a parede.

O carcereiro puchou por uma das argolas de ferro pregadas na parede e, mediante um alentado esforço, depressa fez sobresair uma abertura da capacidade de tres palmos de largo e uns sete palmos de alto. Guardando sempre o mesmo silencio, pegou do corpo do badage como se lidasse com uma pluma de ave e, começando de lhe introduzir os pés e as pernas, fechou-o com celeridade na mysteriosa crypta.

Jamais olvidarei o interesse que tomaes por minha pessoa. Mas d'esta vez não succedeo perigo. Do sobresalto que soffremos foi culpado sómente aquelle estonteado badage. A não fallecerem justiças n'este reino, cumpre que seja punido para lição de rebeldes e escarmento de atrevidos. De que pensar é vossa altesa? Elle não tardará no tronco, meu padre.

Com mil demos! rugiu um dos alabardeiros ao cambalear no soalho com o desiquilibrio de um ebrio. Sinto-me ferido! regougou o segundo camarada ao largar a alabarda com desanimo de uma vez para sempre. Eram agora sómente dous os inimigos do badage. Mas um d'elles principalmente não affrouxava os golpes. Era de todos o mais alentado e o mais temerario.

O badage, desfechando uma risada, em bom genio redarguiu: Não careço do teu perdão, meu padre. Agora na minha presença deixarás de ser o provincial Simão Rodrigues: és simplesmente um reptil, um covarde, um malvado... Queres ainda lutar comigo? Braço a braço, esmago-te! Assim, assim, meu valente! Esmague-me essa vibora! jarrete-me esse verdugo!

O badage e o carcereiro ficaram com o espirito indeciso. Ambos conheciam até que ponto alcançavam a sagacidade e jurisdicção do jesuita. Bastar-lhe-hia um gesto ou uma palavra para todos á porfia executarem immediatamente as suas ordens. Por isso não deixava de ser melindrosa a situação.

O vendeiro apresentou seguidamente seis garrafas cobertas de e foi despejando as primeiras duas no bojudo cangirão. O badage pegou da vasilha e dispôz-se a offerecel-a a cada um dos homunculos. Cada cangirão mal chegava para quatro bebedores, mas á medida que se esvasiava não se esquecia o taverneiro de o reencher até aos bordos.

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