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E no meio das tempestades politicas, que varreram o solo ensanguentado da Peninsula durante o governo de D. Urraca, teria decerto satisfeito essa arrojada ambição, se a morte não viesse ceifar-lhe os designios junto dos muros de Astorga. Apresentava-se ardua e arriscada a empreza, mas a filha de Affonso VI não desdizia das nobres tradições da sua raça.

O rei de Portugal ficou livre quanto o podia ficar perante o imperador das Hespanhas; o senhor de Astorga, esse reconheceu por soberano quem lhe dera aquella possessão. Affonso I conhecia o primo, e sabia que taes pazes, fundadas em arbitrios mais subtis que positivos, não podiam ser duradouras.

Quando os Romanos viram as nossas espadas de ferro, adoptaram esse typo para o seu armamento, que mandaram fabricar em Astorga, Valencia e a quantos armeiros encontraram espalhados por essas Hespanhas. Mas, o segredo da tempera do aço nós os Espadeiros de Toletum o possuimos, e é esta a superioridade das espadas lusitanas. Os Romanos nunca nos poderam apanhar esse segredo.

Á morte do conde D. Henrique, D. Tareja partiu para Astorga, onde estava a côrte, e crê-se que fôra por suggestão sua que Affonso I de Aragão repellíra de si, e expulsára da cidade D. Urraca, sua mulher, por suspeitas de envenenamento, negando-lhe até a prova do combate ou juizo de Deus com que ella queria para logo justificar-se.

Pelo qual logo ahi embarcaram, e vieram a Astorga, que é em Galiza do Reino de Lião, onde então reinava El-Rei Dom Affonso, primo com irmão do Ifante Dom Pedro, e como foram partidos chegaram a Sevilha mandados de Mirabolim de Marrocos que logo lhe prendessem, e tornassem o Ifante, e cortassem as cabeças a todos os seus, mas deste perigo, e doutros muitos prouve a Deos que o Ifante, e os seus, pelos merecimentos dos Santos Martyres, cujo devoto era, fossem como foram, livres, e seguros, e como chegassem a Astorga um hospede onde foram agazalhados havia trinta annos que assi era doente, e tolheito de parlezia, que do officio da fala, e dos membros era de todo privado, e ouvindo as grandes maravilhas dos Santos Martyres, que os Christãos consigo traziam, lançado em terra ante a Arca em que suas sagradas Reliquias eram guardadas, pedindo-lhe com muitas lagrimas, e grande devação remedio para sua doença, logo ahi á vista de todos recebeo na fala, e em todos os membros perfeita saude, e o Ifante Dom Pedro não veio com as Reliquias dos Martyres a Coimbra; mas de Astorga mandou com ellas Affonso Pires de Arganil, que era Rico homem, e pessoa de grande credito, porque o Ifante Dom Pedro não era bem avindo com El-Rei Dom Affonso de Portugal seu irmão.

O conde D. Henrique morreu em Astorga no 1.^o de maio de 1114, transformado de simples governador do districto de Braga em soberano quasi independente.

O direito feodal não se obliterára, porém, ainda ao ponto de prescindir de uma obrigação pessoal; e por isso o soberano portuguez continuava a ser vassallo do visinho, não como soberano, mas como senhor de Astorga, para esse effeito doada a Affonso Henriques.

O certo é que Affonso I de Portugal recebeu do primo a investidura da cidade de Astorga, e pôde assim dizer-se vassallo do rei de Leão sem comprometter a independencia e a liberdade do novo reino, nem ferir a susceptibilidade dos portuguezes.

Guido, como o insecto artificioso e cheio de habilidades, teceu a trama. Ao leonez mostraria o modo de illudir o adversario: conceder-lhe tudo, deixando esse tenue cordão umbilical de Astorga, para no momento opportuno fazer reverter os territorios portuguezes ao corpo da monarchia soberana.

Morrendo, o velho conde portuguez, ao sitiar Astorga, chamou para junto de si o filho, em cujo peito borbulhavam ambições: «Filho, toma esforço no meu coração! Toda a terra que eu deixo, que é d'Astorga até Leão e até Coimbra, não percas d'ella cousa nenhuma, que eu a tomei com muito trabalho.

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