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Viriatho ficou pensativo, e como que voltando a si de um transporte, exclamou com jubilo: Uma terra que tempéra com as suas forças occultas o ferro por essa fórma unica, essa terra póde ser pisada por homens livres communicando ás suas fibras a rijeza do aço. Ah, sinto em mim alguma cousa d'essa tempera das espadas de Toletum.

Assim conversando, a brilhante Cavalgada entrou em Toletum, dirigindo-se ao terreiro da cidade em que estava erecta a columna denominada Pilumnos, que symbolisa a independencia da communa ou Municipio. Foi ahi, que antes de destroçarem, pediram a Idevor, para que recitasse a Saga ou narrativa tradicional que se dizia existir da Viria ou Collar de ouro dos tres Crescentes.

Viriatho foi comprehendido, e jurada a alliança defensiva, marcando os Vettões e os Vacceos o prazo irrevogavel em que appresentariam as suas forças em Toletum.

Toda essa região fertilisada pelas nascentes do Tagus e do Anas estava em poder do Caudilho lusitano; e quasi sem combate occupou a cidade de Toletum, a opulenta capital, em que assentou o seu quartel e governo. A cidade, reconhecendo o heroismo com que evitára o morticinio dos seus habitantes e a rapina da soldadesca, celebrou festas publicas, de jogos gymnicos, danças e cantares.

Idevor appresentou-se em Toletum com Endres de varias terras, e pelas conversas que entre si tiveram, facil lhes foi apurarem um conhecimento completo da personalidade do pastor Ouriato, que o povo acclamava agora pelo titulo de Viriatho. E vendo a chegada dos chefes das Contrebias, resolveram ir ao encontro d'elles, e dirigil-os no intuito de prestarem todo o auxilio ao destemido cabecilha.

E vibrando em si proprio uma punhalada, cahiu borbotando sangue na larga cova aberta. Muitos dos Soldurios de Viriatho, levados pela mesma vertigem, proclamaram o suicidio religioso. Então Andergus, o espadeiro de Toletum, propoz: Que se suicidem tantos amigos e companheiros de Viriatho, quantos os annos que duraram os seus combates contra Roma.

Havia o quer que é de mysterioso; por que o povo ao fallar de uma Espada magica ou invencivel que existira na Hespanha antiga, diz ainda: que sete vezes fôra temperada no sangue de um Dragão! A sua tempéra não será esse segredo que os armeiros de Toletum conservam no mais absoluto segredo?

Toletum estava em festa; pela presença d'esses homens ornados de collares de ouro e braceletes, e acompanhados de numerosos sequitos de soldurios e ambactes. O pequeno grupo dos Endres levando á sua frente o venerando Idevor saíu a saudal-os á entrada da cidade, e juntos todos fôram tomar a refeição ou consoada e libar grandes covilhetes de cerveja.

A chegada de Idevor a Toletum com a Viria dos tres Crescentes de ouro, de que até então se fallára como fabula ou tradição confusa, coincidiu com o regresso de Viriatho seguido da numerosa cavalgada dos seus Soldurios, que o fôram esperar ao caminho, e dos tres companheiros que lhe formavam a trimarkisia, Ditálcon, Andaca e Minouro.

Quando os Romanos viram as nossas espadas de ferro, adoptaram esse typo para o seu armamento, que mandaram fabricar em Astorga, Valencia e a quantos armeiros encontraram espalhados por essas Hespanhas. Mas, o segredo da tempera do aço nós os Espadeiros de Toletum o possuimos, e é esta a superioridade das espadas lusitanas. Os Romanos nunca nos poderam apanhar esse segredo.

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