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Atualizado: 11 de junho de 2025


Todo o recheio historico foi fornecido pelo Padre Sueiro. O Videirinha poz as rimas. Além d'isso antigamente, prima, a Historia era perpetuada em verso e cantada ao som da lyra... Em fim quer saber esse caso do tumulo aberto, segundo as quadras do Videirinha? Eu sempre conto! Mas para a Snr.^a D. Anna, que não soffre d'esses escrupulos... Não! acudiu D. Maria.

Tão levado ia Gonçalo pela branca estrada, no rolo amargo d'estes pensamentos, que não reparou no portão da Torre, nem na portinha verde, á esquina da casa, sobre tres degráos. E seguia, rente do muro da horta, quando Videirinha, que estacára com os dedos mudos nos bordões do violão, o avisou, rindo: Oh, Sr. Doutor, então larga assim, a estas horas de corrida para os Bravaes?

E Videirinha, recuando ao meio da estrada, com um «dlindlon» ardente, fitára a Torre, que, por cima dos telhados da vasta casa, mergulhava as ameias, o negro miradoiro, no luminoso silencio do ceu de verão.

Commendador BarrosEra essa a hora divina do violão e do «fadinho». E o Videirinha recuára para a sombra da sala, pigarreando, affinando os bordões, pousado com melancolia á borda d'um banco alto. A Soledad, Videirinha! pediu o bom Titó, pensativo, enrolando um grosso cigarro. Videirinha gemeu deliciosamente a Soledad: Quando fôres ao cemiterio Ai Soledad, Soledad!...

Sim! Gonçalo, casualmente, conhecia essa historia dos seus parentes de França apezar de que o Videirinha os não cantára no Fado! Então conte! Mas que seja historia alegre! Oh, não era prodigiosamente divertida!

Estamos todos em alvoroço... Então não se senta, Snr. Videira? Olhe, puxe aquella cadeira de vime. A varanda por ora não está arranjada. Videirinha, logo depois da Eleição, recebera de Gonçalo o logar promettido, facil e com vagares, para não esquecer o violão. Era amanuense na Administração do Concelho de Villa-Clara.

E atravez do tumulto o Videirinha, repenicando com solitario ardor, levado na torrente d'ais do «fado» da Ariosa, soluçava contra uns olhos negros, donos do seu coração: Ai! que dos teus negros olhos Me vem hoje a perdição...

E de certo, pela irmã Cerqueira, o querido Gouveia conhecia miudamente os annaes da D. Anna, durante os seus invernos de Lisboa, nas delicias da sua «roda fina». N'essa noite, porém, o Administrador não apparecera na Assembleia. E Gonçalo, desconsolado, recolhia á Torre quando no Largo do Chafariz o encontrou com o Videirinha, ambos sentados n'um banco, sob as olaias escuras.

E Videirinha, enlevado n'aquelle silencio e suavidade saudosa, cantava, n'um gemer surdo de bordões: Baldadas são tuas queixas, Escusados são teus ais, Que é como se eu morto fôra. E não me verás nunca mais!... E Gonçalo retomára as suas recordações, repassava tristezas que depois cahiram sobre a Torre. Dois annos correram, mansos e sem historia.

E como sempre, para findar, Videirinha atacou ardentemente o Fado dos Ramires: Quem te verá sem que estremeça, Torre de Santa Ireneia, Assim tão negra e callada Por noites de lua cheia... E lançou então uma quadra nova, que trabalhára n'essa semana com amor sobre uma erudita nota do bom Padre Sueiro.

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