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Atualizado: 25 de novembro de 2025
A acquisição d'algum d'esses objectos raros, capazes de figurar n'uma das suas estantes ou na grande vitrine ao fundo da galeria, era a unica alegria do paralitico. Por um mal entendido, quiz a fatalidade que o negociante que Valentina mandou a casa do sr. Dumont, se esqueceu de lá ir.
Resignou-se a ficar calado, e para mostrar melhor o seu firme proposito de terminar radicalmente uma explicação insustentavel, começou a pôr tudo em ordem na secretaria, mettendo as folhas da «Declaração», no sobrescripto, o sobrescripto no cofre, e como fechasse o cofre com a pequena chave d'ouro, Joanna que vira durante muitos annos esse pequeno broloque no bracelete de Valentina, começou, a rir com aquelle sorriso insolente que já duas vezes empregára, tendo-se d'ambas ellas Norberto revoltado com o ultrage.
«E eu repito-te que Valentina ainda esta manhã não suspeitava de coisa alguma. Não me teria fallado a teu respeito, sendo tão franca, pela maneira porque o fez ao almoço. Despedi-me d'ella á uma e meia, e nos termos mais affectuosos. Fui depois encontral-a completamente transtornada. Quando lhe perguntei o que tinha, vi perfeitamente que tremia ao som da minha voz.
Treze dias antes, precizamente á mesma hora, mas então por méro acaso, fez a Valentina a mesma pergunta: «Vamos sahir juntas?» e que ella lhe respondeu. «Não posso» dando como desculpa ter que fazer algumas visitas. Desde que entrára no gabinete reservado junto do quarto de Valentina, no qual esta costumava, antes do almoço, tratar da sua correspondencia, teve Joanna um grande presentimento.
Sabia tambem, ou antes advinhava, que esta situação ridicula, para qualquer outra, d'uma esposa enganada por uma das suas parentas mais proximas e quasi que á sua propria vista, não provocava no seu meio, nenhum epigramma contra Valentina. As más linguas misturavam, involuntariamente, á sua ironia sobre uma tal ingenuidade a expressão irresistivel d'uma estima forçada.
Consistia principalmente na mais mesquinha, na mais incomprehensivel, na mais violenta das paixões de que as naturezas seccas e desprendidas, como a sua, sejam capazes: A baroneza de Node não amava Chalinhy, odiava Valentina, e desde a sua longinqua infancia, por motivos tão impenetraveis, tão intimamente nascidos no recondito da sua alma que ella propria o ignorava a principio.
Esta aversão tinha-se tornado tão intensa, que um dia que entrou só no quarto de Valentina, encheu de tinta os cadernos que estavam sobre a mesa, despedaçou os objectos que encontrou no armario, deitou ao chão e pisou aos pés o retrato de sua prima, loucamente, furiosamente.
Era forçoso que a esposa lhe ligasse uma importancia capital para que continuasse a manter a maior reserva sobre um tal mysterio, pela sua attitude, como uma mulher culpada, quando é certo não tinha a occultar senão a mais pura dedicação! Mas porque... E encontrando na sua crescente affeição, força para confessar o seu degradante accesso de ciume, disse: «Valentina venho da rua Lacépède.»
«O que significa tudo isto? Explica-te: Já uma vez, na semana passada, quando, jantamos em casa dos Sarliévre, proferiste as mesmas palavras enigmaticas e acompanhadas do mesmo sorriso... Queres dizer que ha na vida de Valentina coisas que não vejo, que não sei e que tu sabes?
Vou libertar a Valentina», disse em voz alta, pronunciando o final da phrase com tanta força, que a senhora de Chalinhy, que estava assentada apenas a alguns passos de distancia, sem que o marido tivesse dado por isso, voltou a cabeça e, desejosa de terminar uma insipida conversa com o dono da casa, o aborrecido Sarliévre, perguntou á prima: «Fallam de Valentina, que dizem a meu respeito?»
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