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Atualizado: 20 de julho de 2025
O senhor de la Tournelle hesitou ainda um momento, antes de apanhar as cartas. Parecia-lhe que commettia uma falta, que se deshonrava entrando assim nos segredos de sua mulher, mas a angustia, de que se achava possuido, lançava-o de encontro ás catastrophes. Com mão tremula, abriu uma das cartas, reconhecendo que ella continha apenas alguns versos, e respirou.
... De que tratamos nós? Tratamos apenas de dezenraizar d'esta cidade, d'este departamento, a arvore pôdre da reacção monarchica e clerical; trata-se de bater no proximo escrutinio legislativo, o senhor de «la Tournelle», esse marquez da idade media perdido nos tempos modernos!... Pois bem! nós o alcançaremos, cidadãos!...
Meu marido de cousa alguma suspeitou. Estás certa d'isso? interrompeu o deputado republicano. Sim, estou certa, replicou a bella Carlota. Ronquerolle respirou mais á vontade. Elle não explicava o suicidio do marquez senão pela descoberta da verdade. M.me de Tournelle era sincera, nas suas affirmações.
A lucta, diz-se, será violenta. Temos, porém, todas as razões para acreditar que «o sr. Marquez de «la Tournelle» baterá o seu adversario.» Ah! ah! ah! riu o marquez; a graça não está má. Em seguida, dirigindo-se á galeria, chamou muitos dos seus amigos que estavam no salão e leu-lhes a noticia que acabava de ler no «Figaro».
Uma grande actividade começou a desenvolver-se nos dous campos, a partir d'esse famoso dia da chegada de Ronquerolle. A guerra declarara-se entre o castello soberbo dos «de la Tournelle» e a humilde «Poule Blanche» onde estavam hospedados Ronquerolle e os seus companheiros. Faziam-se apostas. Agitaram-se todas as paixões em Saint-Martin.
Ronquerolle pagava em amôr, amando-a tambem, mas, dotado de faculdades poderosas, tinha antes d'isso, um fim a cumprir, e com esse fim esperava elle construir o pedestal do seu amôr. Momentos decisivos O partido conservador, um momento enfraquecido, voltara de novo a cobrar confiança e serenidade. O banquette do castello de «la Tournelle» produzira um grande alarido.
Não tinha esquecido completamente aquella pobre creança companheira dos dias de maior adversidade, essa sensivel Emilia á qual jurara eterno amôr, mas da qual a imagem havia sido eclipsada no seu coração e no seu cerebro pela visão estonteante da marqueza de la Tournelle.
Os «de la Tournelle», durante muito tempo, foram os senhores da região. No tempo da Revolução, e nomeadamente durante o Terror, o seu poder decahiu muitissimo; porém quando Bonaparte se apoderou do throno e se fez imperador, readquiriram o seu antigo prestigio, graças ás habeis generosidades diffundidas na região e mais especialmente na circunscripção de Saint-Martin.
No entanto, as ultimas eleições municipaes tinham mandado trez d'estes «assassinos» a tomar o seu logar na «mairie», ao lado do sr. marquez, e o senhor «de la Tournelle» tinha d'isso um vivo despeito. A marqueza de la Tournelle, Carlota Maximiliana de Champeautey, era uma mulher d'um bello aspecto e immensamente seductora. Tinha trinta annos, sendo mais nova quinze annos que seu marido.
Tinha os braços cruzados sobre o peito, o chapeu collocado ao lado e absorto n'uma meditação de tal modo que não ouvira o passo ligeiro da marqueza nem dera pela sua presença. Tinha a cabeça um pouco inclinada sobre o hombro e poder-se-hia acreditar que dormitava se não fosse o seu olhar vivo e expressivo. M.me «de la Tournelle» parou. Não ousava afastar-se nem ir mais longe.
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