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Atualizado: 15 de julho de 2025


Antes do jantar, em chinelas, no oratorio com a titi, eu fazia a jaculatoria a S. José, aio de Jesus, custodio de Maria e amorosissimo patriarcha. Á mesa, adornada apenas por compoteiras de doce de calda em torno d'uma travessa d'aletria, eu contava á titi o meu passeio, as igrejas em que me deleitára, e quaes os altares alumiados.

E, descendo o Chiado em silencio ao lado do dr. Margaride, eu pensava que, quando todo o ouro da titi fosse meu e dourasse a minha pessoa, eu poderia então conhecer uma viscondessa de Souto Santos ou de Villar-o-Velho, não na sua friza, mas na minha alcova, cahida a grande capa branca, despidas as sêdas côr de palha, alva do brilho da sua nudez, e fazendo-se pequenina entre os meus braços... Ai, quando chegaria a hora, dôce entre todas, de morrer a titi?

Não acudia eu todos os domingos, vestido de preto, a ouvir as missas melhores que te offerta Lisboa? Não me atochava eu todas as sextas-feiras, para te agradar, de bacalhau e de azeite? Não gastava eu dias, no oratorio da titi, com os joelhos doridos, rosnando os terços da tua predilecção? Em que cartilhas houve rezas que eu não decorasse para ti?

Eu desviára a face, a esconder o vivo e escandaloso lampejo de jubilo que a illuminára. Depois animei-a, com generosidade. Que podia a titi recear? Não tinha ella agora, «para se apegar», vencer as leis da decomposição natural, aquella reliquia de Nosso Senhor?... E outra coisa, titi... Os amiguinhos, como vão? Ella annunciou-me a desconsoladora nova.

Então pareceu-me vêr, voltados para mim, do fundo do casebre, os olhos afflictos do Xavier; a face amarella da Concha, lavada de lagrimas; as pobres mãosinhas dos pequenos, magras, á espera da côdea de pão... E todos aquelles desgraçados anciavam pelas palavras que eu ia lançar á titi, fortes, tocantes, que os deviam salvar, e dar-lhes o primeiro pedaço de carne d'aquelle verão de miseria. Abri os labios. Mas a titi, recostando-se na cadeira, rosnava com um sorrisinho feroz: Que se aguente...

Apenas completei nove annos, a titi mandou-me fazer camisas, um fato de pano preto, e collocou-me, como interno, no collegio dos Isidoros, então em Santa Isabel. Logo nas primeiras semanas liguei-me ternamente com um rapaz Chrispim, mais crescido que eu, filho da firma Telles, Chrispim & C.^a, donos da fabrica do fiação á Pampulha.

Que horror! Acho que lhe puzeram azeite no cabello! Assustado, com o beicinho a tremer, ergui os olhos para ella, murmurei: Sim, titi. Então o snr. Mathias gabou o meu genio, o meu proposito na liteira, a limpeza com que eu comia a minha sopa á mesa das estalagens. Está bem, rosnou a titi seccamente.

Pela severa sala de damascos transbordou, ruidosa e tocante, a commoção dos nossos corações. Eu achei me com os beiços do Justino, ainda molles da torrada, collados á minha barba... Cedo, na manhã de domingo, 6 de setembro e dia de Santa Libania, fui bater, devagar, ao quarto da titi, ainda adormecida no seu leito castissimo. Senti, por sobre o tapete, aproximar-se o som molle dos seus chinelos.

Pesada foi então ao meu coração a lenta melancolia dos dias d'estio... Tendo contado á titi que andava a escrever dois artigos, piamente destinados ao Almanach da Immaculada Conceição para 1878, encerrava-me no quarto, toda a manhã, emquanto faiscavam ao sol as pedras da minha varanda.

Muito manhoso, tambem não procurára os amigos da titi que deviam prudentemente partilhar as paixões da sua alma para lograrem os favores do seu testamento: assim poupava embaraços angustiosos a esses benemeritos da Magistratura e da Egreja. Sempre que encontrava padre Pinheiro ou dr. Margaride, cruzava as mãos dentro das mangas, baixava os olhos, evidenciando humildade e compunção.

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