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Atualizado: 1 de julho de 2025


A criança viu uma caixinha segura por uma fita ao pescoço de Rosinha; esta caixa continha o botão e a nódoa de tinta que tinha trazido do exilio! Adalberto abraçou de todo o coração a sua velha governante. Partiram alegremente todos cinco, porque Tilly ia tambem com os seus protectores respirar um ar benefico.

O pequeno pensava no seu papá, na sua mamã, nos seus irmãos e irmãs e tão commovido estava que não podia dizer nada. Ella tambem desejava fallar; mas não sabendo como se havia de exprimir, ousou pela primeira vez pronunciar, diante de Deus e longe dos homens, o nome do prisioneiro e repetiu duas vezes baixinho, como a pequena Tilly: Adalberto! Adalberto! Oh! que felicidade! disse o meu nome!

Tilly tossia a todo o momento, e todos sentiam por esta rapariguinha uma grande compaixão. Continuavam as indagações, mas cessaram de perseguir o Hercules; a boa Gella, transportada da prisão para o hospicio, estava n'uma cama muito aceiada, rodeada de cuidados, de que a sua ferida carecia. A sua expressão era serena; sabia que a fuga do pequeno tinha sido um dom da Providencia.

O mestre collocava em linha Karik, Natchès e Tilly; faziam passos de dança, davam pulos e cambalhotas. O Hercules punha sobre os seus robustos hombros os bonitos pésinhos de Tilly e andava, levando-a como em triumpho. Era preciso que ella estivesse direita, que a cintura se conservasse flexivel, e que se ensaiasse a sorrir e a atirar beijos.

Desde muito tempo Tilly não tinha medo, tão forte e dextro era o mestre; o que lhe parecia difficil n'este exercicio era unicamente sorrir e mostrar-se feliz. O bom Natchès tinha chegado ao ideal da flexibilidade e da graça. Tinham-lhe batido tanto desde a sua infancia que previa as ordens do mestre, applicando-se de todo o coração e fazendo maravilhas.

Pensava tambem com tristeza na pequena Tilly e mesmo em Natchès, que estava meio estupido, mas tão submisso e inoffensivo. Por mais confiança que lhe inspirassem os seus hospedeiros o rapazinho não dizia tudo que pensava. Evitava fallar detidamente de Gella, temendo sempre fazer-lhe mal e trahir indirectamente o seu segredo.

Quanto ao pacato Natchès, estava tão mortificado, que a sua escravidão parecia-lhe uma necessidade, e que a idéa de se libertar não chegára a passar-lhe pela cabeça. Caminhava em perfeita liberdade ao luar, correndo adiante de Tilly, que nunca corria, tão fraca e doente era!

Vendo quanto o captivo soffria com o seu feio trajo, Karik quizera que elle podesse saborear a humilhação vendo o seu retrato desfigurado. Tilly sentiu tambem a offensa, apesar da sua infancia. Quando o espelho passou por ella, a boa pequena bafejou-o com o seu halito para o fazer baço, ao menos n'um bocado.

Envergonhado do seu atrevimento, Adalberto abaixou os olhos, e viu a boa Tilly assentada no chão e olhando compadecida para o pobre Natchès, de quem gostava mais desde que lhe batiam. O mestre voltou-se para o nosso amiguinho e disse-lhe sem colera: Ouve, meu rapaz, por uma vez passa, mas não caias n'outra. Quando a mãe pancada, é preciso deixal-a, isso é com ella.

O seu coração tinha-se endurecido vivendo com gente , e, ainda que houvesse n'ella uma bondade natural, como o seu sorriso o provava, raras vezes se commovia. Quem fallará pois em favor de Natchès? O homem da mão de ferro, fuma em silencio o seu cachimbo; o horrivel Karik faz escarneo. Gella não diz palavra, e a meiga Tilly chora e supplica sem obter nada. Quem defenderá a victima?

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