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Atualizado: 20 de junho de 2025
D. Rui abalou, com um fundo suspiro; e, no seu quarto, pôs devotamente ante a imagem da Virgem as flores que não oferecera, na igreja, ao seu altar. Toda a sua vida se tornou então um longo queixume por sentir tam fria e desumana aquela mulher, única entre as mulheres, que prendera e tornara sério o seu coração ligeiro e errante.
Mas Guannes não se arredava do cofre, enrugado, desconfiado, puxando entre os dedos a pele negra do seu pescoço de grou. Por fim, brutalmente: Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave! Tambêm eu quero a minha, mil raios! rugiu logo Rostabal. Rui sorriu. De-certo, de-certo! A cada dono do oiro cabia uma das chaves que o guardavam.
Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços, como um árbitro, e começou por decidir que o tesoiro, ou viesse de Deus ou do demónio, pertencia aos três, e entre êles se repartiria, rígidamente, pesando-se o oiro em balanças. ¿Mas como poderiam carregar para Medranhos, para os cimos da serra, aquele cofre tam cheio?
E para quê? prosseguia Rui, ¿Para que lhe serve todo o oiro que nos leva? ¿Tu não o ouves, de noite, como tosse? Ao redor da palha em que dorme, todo o chão está negro do sangue que escarra! Não dura até
Quando entrou a villa de Toro, onde estava a rainha sua madre, saiu a rainha a elle, do alcaçar, por seu mandado, e mandou matar Dom Pero Esteves, que se chamava mestre de Calatrava, alli onde vinha junto com ella, e Rui Gonçalves de Castanheda que a trazia de braço, e Affonso Telles Giron, e Martim Affonso Tello, todos quatro a redor da rainha.
Oh! D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guannes, apenas chegára a Retortilho, mesmo antes de comprar os alforges, correra cantando a uma viela, por detrás da catedral, a comprar ao vélho droguista judeu o veneno que, misturado ao vinho, o tornaria a êle, a êle sómente, dono de todo o tesoiro. Anoiteceu.
Estes por seu lado não estavam ociosos, e Rui de Sousa de Carvalho, capitão mór na ausencia de seu irmão Alvaro de Carvalho, accudia com diligencia a remediar o que faltava na fortificação, mandando ao mesmo tempo jogar a artilheria contra os trabalhadores do campo, e determinando por vezes sortidas e escaramuças, em que o impeto dos portuguezes, repentino e devastador, conseguia sempre assombrar a turba dos inimigos.
Para tirar de dentro a terceira chave do cofre, Rui solevou o corpo e um sangue mais grosso jorrou, escorreu pela borda do tanque, fumegando. Agora eram dêle, só dêle, as três chaves do cofre!... E Rui, alargando os braços, respirou deliciosamente.
Então, D. Rui de Cardenas tudo compreendeu e, ajoelhando devotamente sôbre o chão de dor e morte, rezou uma longa oração por aquele bom enforcado.
À cabeceira do vasto leito, junto da mesa onde ficava a lâmpada, um relicário e o copo de vinho quente com canela e cravo para lhe retemperar as fôrças luzia sempre uma grande espada nua. Mas, com tantas seguranças, mal dormia e a cada instante se solevava em sobressalto de entre as fundas almofadas, agarrando a senhora D. Leonor com mão bruta e sôfrega, que lhe pisava o colo, para rugir muito baixo, numa ânsia: «Dize que me queres só a mim!...» Depois, com a alvorada, lá se empoleirava, a espreitar, como um falcão, as janelas de D. Rui. Nunca o avistava, agora, nem
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