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Atualizado: 23 de julho de 2025


Ah! abençoados quatro tostões que o livreiro me recebeu envergonhado em troca das deliciosas prophecias de v. s.ª! Com a leitura das obras do sr. Quental a humanidade ha de brevemente sentir o espirito aberto para o bello ideal, e a intelligencia fechada para as secções em que se divide a grammatica mundana.

Não tem sido este o movimento das idéas, a evolução do pensamento creador na segunda metade do nosso seculo? socega, depois de tanta lucta, me descança em paz o coração... Anthero de Quental resolveu destruir todas as suas poesias lugubres. Sentia remorsos por alguma vez ter estado n'uma disposição de animo que agora considerava com horror.

Mesmo com o risco de parecer vaidosa, não quero deixar de offerecer aos meus leitores, a carta, até hoje absolutamente inedita, que Anthero de Quental me escreveu então, depois de ter lido os meus artigos que se publicaram primitivamente no Jornal do Commercio de Lisboa, e que hoje estão incluidos no volume intitulado Alguns homens do meu tempo.

Chamavam-se Matheus Augusto, José Maximo Pinto da Fonseca Rangel, José Carlos de Figueiredo, Antonio Gonçalves Pereira e André da Ponte de Quental da Camera. Juraram na presença de Deus empregar as forças, os bens, e a vida com fervor até conseguirem restituir ao principe regente, a sua corôa, e á patria o seu esplendor e liberdade.

Foi n'esta crise da adolescencia que em Anthero de Quental desabrochou o talento poetico e a paixão revolucionaria, que deu origem a uma liga de espiritos emancipados de todo o supernaturalismo e de toda a auctoridade temporal, que se denominou a Sociedade do Raio.

Anthero do Quental colloca na sua verdadeira altura o que significam estas insinuações perfidas contra a eschola de Coimbra , as attençoes equivocas, e a animação clandestina aos adeptos que lhe vão na pista apodando com insolencias e banalidades todo o impulso dado para sahirmos das superfetações mesquinhas a que entre nós se chama arte.

Quando em tão breve espaço vemos essas bellas organisações litterarias, como Camillo Castello Branco, Julio Cesar Machado e Anthero de Quental truncarem a sua carreira pelo suicidio, não pode deixar de explicar-se essa fatalidade pela nevrose que n'elles era o estimulo do seu talento e o motor das suas desgraças.

Dante era um barbaro, e Shakespeare tambem, diz o sr. Anthero do Quental, reclamando a confraternidade da barbaria. Engana-se; o sr. Anthero não é um barbaro, é um grego do Baixo Imperio. A sua escola é a turba de vermes, que brota da putrefacção de uma litteratura.

Anthero de Quental vivia entre um grupo de estudantes que o divinisára, considerando-o como um apostolo, um iniciador da humanidade. E elle proprio chegou a acreditar n'aquella missão, e passados annos, em uma carta autobiographica, definia-se como o porta-estandarte das idéas modernas em Portugal.

O genio, esse quid divinatorio, que não é honra para nenhuma creatura possuir, porque nos merecimento aquillo que ganhámos á força de intelligencia e de vontade; o genio, que é uma faculdade tão accidental como a côr dos cabellos, ou o desenho das feições; o genio, que pode andar ligado a uma intelligencia mediocre, mas que o não anda no caso de Anthero de Quental é o predicado particular e a chave do enygma d'este homem.

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