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Atualizado: 4 de junho de 2025
O segundo conde da Castanheira, desforrando-se dos velhos e renovados ultrajes a Maria Pinheira, mandou criados seus moêrem com saccos de arêa o ancião no pateo de sua mesma casa; e de modo se houveram, que Damião de Goes apenas teve forças que o arrastassem á cama, onde se desprendeu da vida, e mormente da lingua que tantos trabalhos lhe custára.
As vozes do povo são, n'estas crendices, o grande oraculo. No Porto vae-se á capella da Senhora da Verdade, por traz da Sé, pede-se que faça ouvir nas vozes do povo o que se quer saber, e á volta, de ouvido á escuta, repara-se se diz sim ou não quem vae passando. Em Lisboa, pelas festas de junho, põe-se a herva pinheira á meia noite ao relento na esperança de se conservar verde e crescer.
Em outro lanço das Memorias, Diogo de Paiva, reportando-se novamente a este caso que estrondeou n'aquella época, acrescenta: Damião de Goes, bem conhecido n'este reino por seus escriptos, foi grande inimigo de D. Antonio de Athayde, 1.º conde da Castanheira, e valido de D. João III; porque apparecendo em palacio a celebre satyra contra o mesmo conde, que deu causa á murmuração de Maria Pinheira, Damião de Goes a ajuntou a um nobiliario que tinha escripto; sabendo-o o conde, o esperou na rua Nova de Lisboa uma noite, e lhe deu com um pau.
Esta relação do theatino Sousa encontrei eu confirmada em um Nobiliario de Pinheiros, que pertence ao meu joven e illustrado amigo Vicente Pinheiro de Mello e Almada, filho do primeiro visconde de Pindella, e tambem descendente de D. Maria Pinheira. Concluo rogando aos barões do meu conhecimento que me não façam moêr com saccos de arêa, se eu alguma vez lhes lembrar a tripeça dos avós.
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