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Atualizado: 6 de junho de 2025
Se êle fôsse um guarda-livros de um banqueiro, primeiro caixeiro de um armazêm de sêdas... Nisso há uma sombra de poesia os milhões que se revolvem, as frotas mercantes, a brutal fôrça do oiro, ou então dispôr ricamente os estofos, os cortes de sêda, fazer correr a luz nas ondulações dos moirés, dar ao veludo as molezas da linha e da prega... Mas num restaurante como se pode exercer o gôsto, a originalidade artística, o instinto da côr, do efeito, do drama a partir nacos de roast-beef ou de presunto de York?!... Depois, como êle disse, dar a comer, fornecer alimento, é servir exclusivamente a pança, a tripa, a baixa necessidade material: no restaurante, o ventre é Deus: a alma fica fóra, com o chapéu que se pendura no cabide ou com o rôlo de jornais que se deixou no bôlso do paletot.
Áquella que já não sente, pendura com mão tremula n'um ramo do seu cipreste esta pequena corôa O Autor. Dezembro de 1861 Digam embora que me biographei; vou escrever uma pagina da minha vida. Se mais ninguem a lêr, lêl-a-hão os meus amigos.
Fructa, que sem concêrto Naturalmente em ramos se pendura, Achada por acêrto; A quem pintada a vê de sangue e leite, Não lhe dara o deleite, Qu'essa graça me dá sem compostura, Ornamento da mesma formosura, E o toucado sem arte, Que tornára pastor ao bravo Marte.
Fallo da virgem que na manhã da vida, na maior influencia d'um baile, tranzida, por uma saudade amarga, entristece e se lhe pendura na palpebra uma lagrima que de repente se some, abafando um ardente suspiro que lhe fugira do coração.
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