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Atualizado: 9 de maio de 2025
Pelo correr dos annos, foi mandarim de modestos logarejos, pois lhe sobrava asco pelas riquezas, pelo fausto e pelos altos cargos. Os nobres senhores, o proprio imperador que muito o honrava, tremiam do seu juizo. Lia nas consciencias e lia nos destinos. Distinguia na turba os humildes, os bons, os opprimidos; e tambem os impostores, os verdugos, os infames.
O heroe escutava, cofiando sombriamente o seu espesso bigode cossaco... O meu prezado hospede sabe o chinez? perguntou-me de repente, fixando em mim a pupilla sagaz. Sei duas palavras importantes, general: Mandarim e chá.
Depois é alguma aristocratica cadeirinha de Mandarim, que koulis vestidos d'azul, de rabicho solto, vão levando a um trote arquejante para os Yamens do Estado; precede-os uma criadagem maltrapilha que ergue ao alto rolos de seda com inscripções bordadas, insignias d'authoridade; e dentro o personagem bojudo, com enormes oculos redondos, folheia a sua papelada ou dormita de beiço cahido...
Todas as vezes que entrava em casa estacava, arripiado, diante da mesma visão: ou estirada no limiar da porta, ou atravessada sobre o leito d'oiro lá jazia a figura bojuda, de rabicho negro e tunica amarella, com o seu papagaio nos braços... Era o Mandarim Ti-Chin-Fú! Eu precipitava-me, de punho erguido: e tudo se dissipava.
Bile passou a sua mão de fortes cordovêas sobre a medonha cicatriz que lhe sulcava a calva: Mandarim, meu amigo, não é uma palavra chineza, e ninguem a entende na China.
Quando voltei á travessa da Conceição, as janellas do meu quarto estavam fechadas, e a véla expirava, com fogachos lividos, no castiçal de latão. Então ao chegar junto á cama, vi isto: estirada de través, sobre a coberta, jazia uma figura bojuda, de Mandarim fulminado, vestida de sêda amarella, com um grande rabicho solto; e entre os braços como morto tambem, tinha um papagaio de papel!
Barros e Cunha a natureza chineza de um mandarim; pousar no paço tão passivamente e tão irresponsavelmente como pousa um boneco de porcelana, acocorado a um canto n'uma prostração burlesca, bolindo automaticamente com a cabeça e deitando a lingua de fora ou mettendo-a para dentro, segundo leva ou não leva da real mão um piparote na nuca. Para bajular el-rei como bajulára a rainha o mandarim sr.
Estava no seu jardim, socegado, armando, para o lançar ao ar, um papagaio de papel, no passatempo honesto d'um Mandarim retirado, quando o surprehendeu este ti-li-tin da campainha. Agora jaz á beira d'um arroio cantante, todo vestido de sêda amarella, morto, de pança ao ar, sobre a relva verde: e nos braços frios tem o seu papagaio de papel, que parece tão morto como elle. Ámanhã são os funeraes.
E a sua voz proseguiu, paciente e suave: Que me diz a cento e cinco, ou cento e seis mil contos? Bem sei, é uma bagatella... Mas emfim, constituem um começo; são uma ligeira habilitação para conquistar a felicidade. Agora pondere estes factos: o Mandarim, esse Mandarim do fundo da China, está decrepito e está gottoso: como homem, como funccionario do celeste imperio, é mais inutil em Pekin e na humanidade, que um seixo na bocca d'um cão esfomeado. Mas a transformação da substancia existe: garanto-lh'a eu, que sei o segredo das coisas... Porque a terra é assim: recolhe aqui um homem apodrecido, e restitue-o além ao conjuncto das fórmas como vegetal viçoso. Bem póde ser que elle, inutil como Mandarim no Imperio do Meio, vá ser util n'outra terra como rosa perfumada ou saboroso repôlho. Matar, meu filho, é quasi sempre equilibrar as necessidades universaes.
Mas, general murmurei eu quero livrar-me da presença odiosa do velho Ti-Chin-Fú e do seu papagaio!... Se eu entregasse metade dos meus milhões ao thesouro chinez, já que não me é dado pessoalmente applical-os, como Mandarim, á prosperidade do Estado...? Talvez Ti-Chin-Fú se calmasse... O general pousou-me paternalmente a vasta mão sobre o hombro: Êrro, consideravel êrro, mancebo!
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