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Harry erguera-se. Seguíamos pelo Corso lentamente. Pedi-lhe então que me mostrasse os seus desenhos, os símbolos de fontes que creara. se quiser vir comigo ao meu hotel. tenho as malas feitas p'ra partir. Vou p'ra Veneza. Veneza é um hospital de águas... Faz-me triste.

Harry Young chegou a obsidiar-me. Nunca porêm, pensei em ir falar-lhe, recorrendo ao impudor tradicional que se tolera sempre aos que viajam.

E nessa hipertensão de nervos que aos imaginativos o silêncio, o convívio calado e fascinante com as criaturas brancas dos museus, o meu desejo de falar com Harry atingiu a plenitude, exasperou-se. Levantei-me. Sem me atrever a caminhar p'ra êle, fui-me timidamente aproximando: dei a volta ao obelisco devagar e parei com ar distraído junto de Harry, como se olhasse um dos leões golfando água.

Mas sir Harry Burrard, tenente general mais antigo, e segundo commandante das tropas britannicas, afferrou no dia 20 de agosto a enseiada de Maceira, e Wellesley foi immediatamente a bordo conferenciar com elle, e expor-lhe o verdadeiro estado das operações. Sir Harry não formava exacto juizo das forças de Junot, nem sabia apreciar as difficuldades, que podiam oppor-lhe. Ignorava tudo.

Depois voltei p'ra Roma, onde encontrara Harry meses antes.

Harry chamava-lhes: a alegria de morrer sorrindo: a saudade dos rios, das nascentes.

Começámos a folhear num dos primeiros a imaginosa notação das fontes árabes: de Córdova, de Granada la vieja, a terra andaluza de mors-amor. A fonte morta do Paseo de los Tristes, onde pela primeira vez eu vira Harry, era um cadáver de almeia; e havia ainda outra de Granada, que eu toquei no jardim de Lindaraja, onde a princesa agarena vive ainda com uma côrte calada de ciprestes...

No chão de pórfiro, um tapete esmaecido de reflexos. E nas paredes nuas, como se pendurasse as telas de algum mestre, Harry cavara duas fontes pequeninas, num tingling lacrimal, beijante, clepsidras a viver fora do tempo... Ali iria meditar e ler. Era evidente porém que o seu palácio podia existir no isolamento. Disse-me então como teria de murá-lo, defendendo-o do vento, concentrando-o.

Ante o imprevisto desta arquitectura, Harry compreendendo o meu espanto, mostrou-me, em cadernos atulhados, a notação musical minuciosa, em que as vozes de milhares de fontes tinham sido por êle copiadas, e outras de ensaios que realizara até poder compor a partitura dêsse palácio feérico da Água.

Chama-se Harry Young o homem das fontes. Vi-o a primeira vez em Granada no Paseo de los Tristes, ao de uma fonte árabe morta.

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