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Atualizado: 1 de maio de 2025
Era um salão forrado de um panno verde que comia a luz escassa. E eu estendia o braço, para receber dos carregadores açodados as nossas malas, os nossos livros, as nossas mantas quando, em silencio, sem um apito, o trem despegou e rolou. Ambos nos atiramos ás vidraças, em brados furiosos: Pare! As nossas malas, as nossas mantas!... P'ra aqui!... Oh Grillo! Oh Grillo!
Ámanhã, Zé Fernandes, tu vens antes d'almoço, com as tuas malas dentro d'um fiacre, para te installares no 202, no teu quarto. No Hotel são embaraços, privações. Aqui tens o telephone, o teatrophone, livros... Acceitei logo, com simplicidade. E Jacintho, embocando um tubo acustico, murmurou: Grillo!
Depois marchava o Silverio, solemnissimo, com um immenso peitilho, onde as barbas immensas se alastravam, negrissimas. De casaca, com o grosso beiço descahido, descahido todo elle por aquella melancolia de enterro que se juntava á melancolia da serra, o Grillo enfiava no braço a sua coroa, enorme, de rosas e d'heras.
Uma noite no meu quarto, descalçando as botas, consultei o Grillo: Jacintho anda tão mucho, tão corcunda... Que será, Grillo? O venerando preto declarou com uma certeza immensa: S. Exc.^a soffre de fartura. Era fartura! Pobre Jacintho!
Partamos pois para as serras!... E agora nem reflexão, nem descanço!... Á obra! E a caminho! Atirou a mão ao fecho dourado da porta como se fosse o negro loquete que abre os Destinos e no corredor gritou pelo Grillo, com uma larga e açodada voz que eu nunca lhe conhecera, e me lembrou a d'um Chefe ordenando, n'alvorada, que se levante o Acampamento, e que a Hoste marche, com pendões e bagagens...
Se uma aranha, vermelha e pequena, passeia pelo vestido de qualquer pessoa, é certo que tem essa pessoa de receber dinheiro; em prata se é branca, em ouro se é amarella, e em cobre se é negra. Quando a mosca vareja entra em casa, traz visita inesperada; e que fortuna não é para a casa onde canta o grillo branco!
O telephone, com effeito, repicava, insaciavel. E quando desci para o almoço, a toalha desapparecia sob uma camada de telegrammas, que o meu Principe fendia com a faca, enrugado, rosnando contra a «massada». Só desannuviou, ao ler um d'esses papeis azues, que atirou para cima do meu prato, com o mesmo sorriso agradado com que de manhã sorriramos, o Grillo e eu:
Era a minha terra! Murmurei baixinho com immensa ternura: Não temos aqui nada... Pergunte v. exc.^a pelo Grillo... Ahi atraz, n'um compartimento... Elle tem as chaves, tem tudo...
Com o Figaro ou as Novidades abertas sobre o prato, eu esperava sempre meia hora pelo meu Principe, que entrava n'uma rajada, consultando o relogio, exhalando com a face moída o seu queixume eterno: Que massada! E depois uma noite abominavel, enrodilhada em sonhos... Tomei sulforal, chamei o Grillo para me esfregar com therebentina... Uma sécca! Espalhava pela mesa um olhar já farto.
O meu Principe alargava os braços, desolado: E nem uma camisa, nem uma escova, nem uma gotta d'agoa de Colonia!... Entro em Portugal, immundo! Na Regoa ha uma demora, temos tempo de chamar o Grillo, rehaver os nossos confortos... Olha para o rio!
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