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Ah, tu a nenhum cedes, nem Glauceste; Na lyra, e mais no canto: Podes fazer prodigios; Obrar ou mais, ou tanto. Levanta pois as vozes: Que mais, que mais esperas? Consola hum peito afflito; Que he menos inda, que domar as féras. Com isto me darás no meu tormento Hum doce lenitivo, Que em quanto a bella vive, Tambem, Glauceste, vivo. Que coizas portentosas nelle encontro!
Quando vires igualmente Do caro Glauceste a choça, Onde alegre se juntavão Os pouco da escolha nossa, Pondo os olhos na varanda Tu dirás, de mágoa chêa: Todo o congresso alli anda, Só o meu Amado não. Mandarás aos surdos Deoses Novos suspiros em vão.
Eu sei, eu sei, Glauceste, Que hum bom Cantor havia, Que os brutos amansava; Que os troncos, e os penedos attrahia. De outro destro Cantor tambem affirma; A sábia Antiguidade, Que as muralhas erguêra De huma grande Cidade. Orfeo as cordas fere; O som delgado, e terno Ao Rei Plutão abranda, E o deixa que penetre o fundo Averno.
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