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O ceu de um azul muito lavado, em que parece ter-se extendido um véu diaphano de vapor, é bem differente do meu céu portuguez de uma côr tão quente, ás vezes deslumbradora e excessiva! A agua parece crystallina, ou sombreada de verde, de uma transparencia deliciosa ou de uma côr glauca, atravéz das rendas do arvoredo, movediças e multicôres.

Aquillo lembrava o Paradou da FAUTE de Zola, com a noite glauca dos macissos, as lucarnas das cópas deixando feixes de luz zebrarem d'esmeraldas liquidas os fundos. Uma aluvião de melros silvava, uma guarda de honra de passaros respondia. Era recolhido, intimo, profundo, e ouvia-se, não sei onde, um tenue telingar d'agua corrente.

Parou um instante, o olhar scismático, sem foco: ... Uma vez, num céu da Andaluzia, vi num jardim mourisco dois amantes. Senti o cio encrespar-me as asas largas e desci p'rós ver de perto na luz de ouro... Era na paz de uma cidade morta. Pousei num dos ciprestes do jardim. Tinha uma taça de alabastro esverdinhada, e uma água glauca que cheirava a febre. Era junto da taça que se amavam, sob a garra do sol, loucos de raiva. Fiquei quêda a aspirá-los muitas horas. Que corpos fortes! Eu achava-os lindos. Dormi na torre da igreja, numa gárgula, e de manhã voltei p'rós ver ainda. E assim dias e dias... Uma vez demorei-me, vim mais tarde, e encontrei-os imóveis e enlaçados. Tanto tempo os vi assim e tão imóveis, que pensei: estão talvez mais que adormecidos... Desci. Bati-lhes com as azas nos cabelos. Cravei as garras devagar nos seios dela... Estavam mortos! Julguei então enlouquecer de gula. Devorei, devorei, até

Dentro ha rumores, leves frou-frous de sêda que se acamam, tinir de pratos... E no phrenesi medonho que me agita, deito os hombros á porta a porta voa, e uma orgia d'espectros patenteia-se, n'uma luz glauca em que as figuras mergulham, confundidas, alongando as roupagens pardacentas.