United States or Tunisia ? Vote for the TOP Country of the Week !


«Ainda não está satisfeita a tua vingança? bradou elle com uma voz melodiosa, de que é apenas um frouxo echo o plangente suspiro da harpa éolia. «Era o anjo da guarda do usurario, que o tinha abandonado, chamado pelo Senhor, mas que attrahido pelo invencivel amor, que nos consagram estes celestes protectores, vinha na hora do supplicio invocar, para o seu protegido, a misericordia!

Ella abaixou para elle os olhos, em que atravez das lagrimas transparecia um amor immenso, e com voz suave, tremente, doce e suavissima, como vibração longiqua d'harpa eolia, murmurou: Perdoar-lhe! como lhe não hei de perdoar, se por este momento anciava, se o meu desejo era vel-o ahi onde está, e ouvir a sua voz?

Justiça, gloria, amor, saudade, tudo, Ao da sepultura, é som perdido De harpa eolia esquecida em brenha ou selva: O despertar um pae, que saboreia Entre os braços da morte o extremo somno, não é dado ao filial suspiro; Em vão o amante, alli, da amada sua De rosas sobre a c'roa debruçado, Réga de amargo pranto as murchas flores E a fria pedra: a pedra é sempre fria, E para sempre as flores se murcharam.

Attento ao menor murmurio dos tempos que foram, indignado pela mais fugitiva lembrança das gerações extinctas, irrita-se com tudo que possa significar uma recordação. Assim excitado, argumenta, ora, esbraveja, esfalfa-se. O eretismo dos nervos póde affrouxar-lho, como as harmonias melancholicas de harpa eolia, o ruido de algum monumento que desabe.

Justiça, gloria, amor, saudade, tudo, Ao da sepultura, é som perdido De harpa eolia esquecida em brenha ou selva: O despertar um pae, que saborea, Entre os braços, da morte o extremo somno, não é dado ao filial suspiro: Em vão o amante, alli, da amada sua De rosas sobre a c'roa debruçado, Rega de amargo pranto as murchas flores E a fria pedra: a pedra é sempre fria, E para sempre as flores se murcharam,

Eu via-as reunirem-se em bandos por cima de mim, partindo dos bosques dos templos e dos pavilhões imperiaes; cada uma traz, para a livrar dos milhafres, um leve tubo de bambu que o ar faz silvar; e aquellas nuvens brancas passavam como impellidas d'uma aragem molle, deixando no silencio um lento e melancolico suspiro, uma ondulação eolia, que se perdia nos ares pallidos...

Mas depois affligiu o malvado Da avesinha innocente a cantiga; Tal os olhos affeitos a trévas A cerrar-se luz subita obriga. Nunca ao i­mpio na dor deu consolo Meigo som de cadente gorgeio. Que harpa eolia lhe adoça o azedume De que seu coração está cheio? Ai do mau, cuja vida travada Vai de sustos mandados do céu! Nunca o sol a acorda-lo tranquillo Em seu brilho dos montes desceu.

No meio das paginas inteiramente consagradas pelo auctor á descripção e á enumeração de todas as coisas feitas pela raça neerlandeza em favor do seu proprio engrandecimento, e da sua propria illustração, paginas que parecem escriptas por um Taine com entranhas e com alma, Ramalho interrompe-se por momentos, e n'uma lingua idylica e harmoniosa, n'uma lingua em que ha eccos de Shakespeare e visões de Ariosto, n'uma lingua que parece feita de gotas de luar e de raios do sol, de aromas indefinidos, de vagas scintillações fatuas, de vibrações de harpa eolia occulta entre os salgueiros, faz-nos a pintura palpitante, luminosa, musical, colorida, da Floresta da Haya, d'esse bosque sagrado que elle julga proprio para abrigar, na sombra estranha e dôce da sua densa ramaria mysteriosa, os amores profundos e tragicos, as sublimes paixões heroicas da lenda e da historia, o somno esquecido e calmo dos grandes deuses mortos, os divinos dialogos ardentes que os poetas puzeram na bocca dos seus amantes immortaes.

Ahi me reverdecêram o coração e mais o espirito, que me elles por trazem tão lastimosamente desfloridos e murchos. Por si se retingiriam os cabellos, com o franco sol remoçador de quanto existe. A lyra interior volveria a cantar espontanea, como harpa eólia entre jasmineiros, pendente em hombral de gruta ás virações da primavera.

Palavra Do Dia

antecipa

Outros Procurando