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Pelas pedras, Aqui e alli dispersas, ainda escripta Parece ver-se uma inscripção de agouros, Bem como aquella que aterrou um í­mpio Quando, no meio de ruidosa festa, Blasphemava dos céus, e mão ignota O dia extremo lhe apontou dos crimes. A maldicção do Eterno está vibrada Sobre Jerusalem! Quanto é terri­vel A vingança de Deus!

Que val eterno vagueiar no espaço, Se nosso nome se afundou no olvido? «I­mpio, silencio! A tua voz blasphema Da noite a paz perturba. Verme, que te rebellas Sob a mão do Senhor, Vês os milhões d'estrellas De nitido fulgor, Que, em ordenada turba, A Deus entoam incessantes hymnos? Quantas vezes apaga Do livro da existencia Um orbe a mão do Eterno!

Mas depois affligiu o malvado Da avesinha innocente a cantiga; Tal os olhos affeitos a trévas A cerrar-se luz subita obriga. Nunca ao i­mpio na dor deu consolo Meigo som de cadente gorgeio. Que harpa eolia lhe adoça o azedume De que seu coração está cheio? Ai do mau, cuja vida travada Vai de sustos mandados do céu! Nunca o sol a acorda-lo tranquillo Em seu brilho dos montes desceu.

As linhas puras De teu perfil, falhadas, tortuosas, Oh mutilada cruz, falam de um crime Sacrilego, brutal e ao í­mpio inutil! A tua sombra estampa-se no solo, Como a sombra de antigo monumento, Que o tempo quasi derrocou, truncada. No pedestal musgoso, em que te ergueram Nossos avós, eu me assentei.

Ermam bem poucos Do templo na amplidão: no escuro De afumada capella o justo as preces Ergue pio ao Senhor, as preces puras De um coração que espera, e não mentidas De labios de impostor, que engana os homens Com seu meneio hypocrita, calando Na alma lodosa da blasphemia o grito. Então exultarão os bons, e o í­mpio, Que passou, tremerá.

Palavra Do Dia

alindada

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