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Atualizado: 30 de junho de 2025
Afinal separaram-se, Genoveva foi ver sahir a corveta e voltou para casa com um tal aperto no coração que parecia que «lhe ia dar uma cousa». Não lhe deu nada, felizmente; os dias foram passando, as semanas, os mezes, dez mezes, ao cabo dos quaes, a corveta tornou e Deolindo com ella. Lá vai elle agora, pela rua de Bragança, Prainha e Saude, até ao principio da Gambôa, onde mora Genoveva.
Em falta de faca, bastavam-lhe as mãos para estrangular Genoveva, que era um pedacinho de gente, e durante os primeiros minutos não pensou em outra cousa. Sei tudo, disse elle. Quem lhe contou? Deolindo levantou os hombros. Fosse quem fosse, tornou ella, disseram-lhe que eu gostava muito de um moço? Disseram. Disseram a verdade.
Genoveva não se defendia de um erro ou de um perjurio; não se defendia de nada; faltava-lhe o padrão moral das acções. O que dizia, em resumo, é que era melhor não ter mudado, dava-se bem com a affeição do Deolindo, a prova é que quiz fugir com elle; mas, uma vez que o mascate venceu o marujo, a razão era do mascate, e cumpria declaral-o. Que vos parece?
Deolindo seguiu, praia fóra, cabisbaixo e lento, não já o rapaz impetuoso da tarde, mas com um ar velho e triste, ou, para usar outra metaphora de marujo, como um homem «que vai do meio caminho para terra». Genoveva entrou logo depois, alegre e barulhenta.
Batiam tres horas da tarde. Era a fina flor dos marujos e, de mais, levava um grande ar de felicidade nos olhos. A corveta d'elle voltou de uma longa viagem de instrucção, e Deolindo veiu á terra tão depressa alcançou licença. Os companheiros disseram-lhe, rindo: Ah! Venta-Grande! Que noite de almirante vai você pasmar! ceia, viola e os braços de Genoveva. Collosinho de Genoveva...
Vêde que estamos aqui muito proximos da natureza. Que mal lhe fez elle? Que mal lhe fez esta pedra que cahiu de cima? Qualquer mestre de physica lhe explicaria a queda das pedras. Deolindo declarou, com um gesto de desespero, que queria matal-o. Genoveva olhou, para elle com desprezo, sorriu de leve e deu um muxoxo; e, como elle lhe fallasse de ingratidão e perjurio, não poude disfarçar o pasmo.
Deolindo recusou a principio; disse que se ia embora, levantou-se e deu alguns passos na sala. Mas o demonio da esperança mordia e babujava o coração do pobre diabo, e elle voltou a sentar-se, para dizer duas ou tres anecdotas de bordo. Genoveva escutava com attenção.
Não sabia o numero da casa, mas era perto da pedreira, pintada de novo, e com auxilio da visinhança poderia achal-a. Não contou com o acaso que pegou de Genoveva e fel-a sentar á janella, cosendo, no momento em que Deolindo ia passando. Elle conheceu-a e parou; ella, vendo o vulto de um homem, levantou os olhos e deu com o marujo. Que é isso? exclamou espantada. Quando chegou? Entre, seu Deolindo.
A casa é uma rotulasinha escura, portal rachado do sol, passando o cemiterio dos inglezes; lá deve estar Genoveva, debruçada á janella, esperando por elle. Deolindo prepara uma palavra que lhe diga. Já formulou esta: «jurei e cumpri» mas procura outra melhor.
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