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Enquanto se dirigiam ao quarto da ama, que comunicava com o de Nuno por uma ampla porta, êle ia-lhe fornecendo esclarecimentos sôbre o filho: Oh! é um respeitável senhor com as pernas e os braços

Ouvindo-a falar naturalmente, Frederico notava nas suas palavras uma vibração, um timbre, um enlêvo que não podia definir e que o perturbavam. Na história da sua alma fazia-se uma página de poesia e de ternura, que lhe comunicava gôzo, pacificação interior. Como Nuno era feliz! E bem merecia êle essa felicidade, pelos puros dons do seu carácter, pela sua bondade, pelas suas virtudes de homem. Encontrara a mulher ideal que o completou e que,

Como era que essa mulher, em vez de o tocar com o alvor da sua santidade, de tudo o que nela havia de superior, de elíseo, de admirável, de astral, lhe comunicava uma estranha volúpia que o alucinava? A culpa não é dela, com certeza, mas da impureza da minha organização! monologava.

Era êste o momento mais doloroso para Frederico, que tinha de sofrer, diante de Júlia, o seu suplício atroz, ouvindo-lhe a voz de ouro, afagando-lhe com os olhos a beleza a que a maternidade e a certeza dum amor constante imprimiam mais serenidade e mais graça, desejando-a com febre e temendo-a, ao mesmo tempo, por êste desejo impuro que ela, sem querer, comunicava aos seus sentidos,

Ajudava muito a Fortaleza da Villa, a defficuldade para se poder tomar a grandeza das aguas do Tejo, que por junto corre, porque quando lhe El-Rei punha guardas de uma parte, se passavam com seus gados para a outra, demais que estes campos eram tão cheos de pavez, e insoas, nem se podiam andar, se não por barcas em tempos certos: por onde a Villa era tão grave de filhar, que seu avô El-Rei D. Affonso de Castella nunca a pudera tomar, senão por fome, nem esto mesmo Cid Rei Mouro, nem Abderazaca que teve o senhorio della trinta e quatro annos, o que parecerá cousa muito de maravilhar quando se ouvir, que semilhante Villa foi tomada por El-Rei D. Affonso Anriques com tão pouca gente, e como quer que elle cuidasse muitas vezes em seu pensamento como a poderia tomar por força, ou por algum despercebimento, aquelles com que esta cousa comunicava, representavam-lhe sempre duvidas, de muito grande perigo, e receo.

Pensando constantemente em Júlia, formara no espírito uma imagem dessa doce mulher muito mais viva do que a personalidade real. Dêste fenómeno derivava a sua excitação, o seu frenesi. Era essa imagem, precisamente, que nêle activava a luta entre a dignidade, a elevação moral e o desejo lúbrico, entre a noção do dever e o cego instinto. Considerando como absolutamente inútil para a sua paz a paz de que tanto carecia a vagabundagem pela Europa em que durante dias pensara, decidiu ficar em Portugal, conservar-se em Lisboa, envelhecer a um canto do seu país, respirando o mesmo ar que vivificava Júlia, alumiar-se com a luz do sol que tambêm a iluminava a ela. Para a infinita melancolia do seu amor, havia um grande encanto nestas pequeninas coisas. Aquela adoração sem esperança comunícava, em todo o caso, a radiação da sua beleza intangível a tudo o que o cercava, penetrava-o de suavidade, tinha o condão misterioso de lhe ressuscitar na memória figuras queridas em que lhe era grato meditar. O vulto de Júlia andava íntimamente ligado, na sua recordação,

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