United States or Mozambique ? Vote for the TOP Country of the Week !
Chara minha inimiga, em cuja mão Poz meus contentamentos a ventura, Faltou-te a ti na terra sepultura, Porque me falte a mi consolação. Eternamente as águas lograrão A tua peregrina formosura: Mas em quanto me a mim a vida dura, Sempre viva em minha alma te acharão.
E, vendo-se deixada Daquelle por quem tantos ja deixára, Se foi, desesperada, Precipitar da infame rocha chara: Que o mal de mal querida Sabe que vida lhe he perder a vida. Tomae-me, bravos mares; Vós me tomae, pois outrem me deixou. Disse: e dos altos ares Pendendo, com furor s'arremessou. Acude tu, suave, Acude, poderosa e divina ave.
Ólha em Lesbos aquella No seu salteiro insigne conhecida; Dos muitos que por ella Se perdêrão, perdeo a chara vida Na rocha que se infama Com ser remedio extremo de quem ama. Por o moço escolhido, Onde mais se mostrárão as tres Graças; Que Venus escondido Para si teve hum tempo entre as alfaças, Pagou co'a morte fria A má vida que a muitos ja daria.
Mas ja a amoroſa ſtrela ſcintilaua Diante do Sol claro, no Orizonte Menſageira do dia, & viſitaua A terra, & o largo mar, com leda fronte: A deoſa que nos ceos a gouernaua, De quem foge o enſiſero Orionte, Tanto que o mar, & a chara armada vira, Tocada junto foy de medo, & de ira.
Olhae como, na Arcadia soterrando O namorado Alpheo su'ágoa clara, Lá na ardente Sicilia vai buscando Por debaixo do mar a Nympha chara. Assi tambem vereis passar nadando Atys, que Galatêa tanto amára, Por onde do Cyclopea grande mágoa Converteo do mancebo o sangue em ágoa.
Criou-me Portugal na verde e chara Patria minha Alemquer; mas ar corruto, Que neste meu terreno vaso tinha, Me fez manjar de peixes em ti, bruto Mar, que bates a Abássia fera e avara, Tão longe da ditosa patria minha.
Chorando hia e chamando Ao Amor, Amor cruel; E em, Senhora, se deitando Lhe cahio este papel. Que papel? Este, Senhora. Amostra, que quero lê-lo. Agora acabo de crê-lo; Que ao que mostra por fóra, Aqui lhe lançou o sello. Aqui lê o papel e diz: RAINHA. Oh estranha pena fera! Desditosa vida chara! Oh quem nunca cá viera, E com seu Pae não casára, Ou em casando morrêra!
Agora, com meu dano, Vêdes, para mor mágoa, claramente, Neste bem fugitivo e somno leve, Que mal não ha mais longo, que hum bem breve. Ditoso Endymião que a deosa chara, Que a noite vai guiando, Teve em braços sonhando! Ah quem de sonho tal nunca acordára! Tu só, Aurora avara, Quando os olhos feriste, Me mataste cruel d'inveja pura.
O sulmonense Ovidio desterrado Na aspereza do Ponto, imaginando Ver-se de seus Penates apartado; Sua chara mulher desamparando, Seus doces filhos, seu contentamento, De sua Patria os olhos apartando; Não podendo encobrir o sentimento, Aos montes ja, ja aos rios se queixava De seu escuro e triste nascimento.
Palavra Do Dia
Outros Procurando