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A voz tão divina e grave, A voz tão de prata e bella, Os galantes se alvorotam E ferve a bulha na feira. Deixam todos as boninas Só por ver esta açucena; Em um momento, cercada Se viu esta fortaleza. Os requebros que lhe dizem São balas de feras peças: Mas no muro de seu peito Acham grande resistencia.
E o leve insecto, E a relva, e os matos, e a fragrancia pura Das boninas da encosta estão contando Mil saudades de Deus, que os ha lançado, Com mão profusa, no regaço ameno Da solidão, onde se esconda o justo.
O campo, como d'antes, não s'esmalta De boninas azues, brancas, vermelhas; Falta ágoa ao pasto, e sentem d'ágoa a falta As candidas pacíficas ovelhas: Bem conhecem tambem que o ceo lhes falta As doces e solícitas abelhas: Com lagrimas, que manão dos meus olhos, A terra nos produz duros abrolhos.
Olha, Marilia, Na fonte pura A tua alvura, A tua bocca, E a compostura Das mais feições. Quem tem teu rosto, Ah! não receia, Que terno amante Solte a cadeia, Quebre os grilhões. Não anda Laura Nestas campinas Sem as boninas No seu cabello, Sem pelles finas No seu jubão. Porém que importa? O rico aceio Não dá, Marilia, Ao rosto feio A perfeição.
Nos Lusíadas há alegria campesina, boninas, prados e jardins, uma natureza inocente e sem mácula; mas há tambêm águas que são já lágrimas de amor saudoso, há montes e ervinhas que andam a aprender no peito de Inês.
Influxo animador me altêa, e fólha; Hálito ameno de vivaz Favónio Com macios vaivens me embala os ramos, Flores me adornão, fructos me atavião: Os sorrisos da Patria, os mimos della Estas boninas são, são estes fructos. Quanto sou, quanto valho, á Lysia devo, E á Lysia o coração na voz consagro.
Expulsai corvos sinistros d'essa terra de condores! aves d'arrojo inaudito, que muitas vezes s'elevam ás solidões do infinito! Que lindo paiz! é vêl-o: por toda a parte boninas, e, mais além, do Mindelo as vicejantes campinas!
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