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Atualizado: 7 de julho de 2025
Os alvazires e mais cidadãos que os acompanhavam, depois de se empuxarem e acotovellarem uns aos outros, por bom espaço de tempo, tinham resolvido, ou antes forçado o mais bojudo e o mais endinheirado d'entre elles a tomar a palavra, e o nosso homem depois de um gesto bastante solemne feito ao bom povo; depois de tossir e escarrar, como o faria, ao encetar um sermão, o frade mais sabedor do convento de a pár, balbuciára uma ou duas duzias de palavras.
E ressuscita os que tiverem morrido á fome? perguntou um velhaco, que subira acima de um poial, arrimado ao arco, e de braços cruzados, com gesto zombeteiro encarava o orador. Morram os traidores! O regedor não quer que matem o povo! Viva o Mestre! Fora os alvazires, gritou Pedro Choca. Fora, fora! vozearam d'entre a multidão.
Um dos patriotas segredava tres palavras ou quatro ao ouvido de um dos alvazires; os burguezes diziam outras tantas; os homens negros traçavam algumas letras e algarismos, que liam em voz alta, e de tudo isto sahia, póde-se dizer, a Milheira, a Estrella e a Sangrenta, o levantamento do cerco e bloqueio de Lisboa, a dynastia de Aviz e quem sabe? a salvação e civilisação da Europa.
O rapaz, tivera, repetimos, uma ideia feliz, e soubera tocar no fraco dos amotinados melhor do que os alvazires, que no convento ainda discutiam, embaraçados, a maneira de darem conta da sua missão. Falho o expediente do alcaide de Gaya, as indecisões dos seus nobres companheiros tinham de ser cortadas pela emulação dos caudilhos.
De repente notou-se um marulhar de cabeças, e á algazarra succedeu o silencio. Os alvazires appareceram no estrado para elles preparado, e em outro, contiguo ao das damas, os juizes do campo Ruy Pereira e Ayres Gonçalves de Figueiredo.
As suggestões e os tornezes do capellão de Ayres Gonçalves, e mesmo o prazer de fazer arruido não eram as unicas causas que o tinham feito estafar os pulmões; frei Garcia gastára tempo e algumas malgas de vinho para o convencer de que entre os alvazires havia partidarios de Castella, que tinham tido o negregado pensamento de se vingarem do povo, por meio da fome, fingindo que serviam ao mestre.
Um velhaco lembrara-se de juntar aos «morras» da ordem um aos «alvazires, que queriam matar o povo á fome» e entre multidão, mesteiraes, que horas antes teriam dado a sua ultima pogea, se para sua senhoria lh'a pedissem, repetiram aquelle grito. Uma voz ampliou-o: Morram os traidores, que querem dar cabo da arraia miuda para entregar a cidade aos de Castella! Morram os traidores! uivou a chusma.
E apparecia já o alvitre de se ir em procura de alguns alvazires, e até mesmo de os tractarem como ao arrabi-menor, quando dois daquelles appareceram no terraço do arco de S. Domingos. Ruy Pereira, que vira rebentar o alvoroço, mandara-os chamar e a alguns bons homens para que socegassem os animos como podessem.
As trombetas soaram; alvazires e juizes tomaram assento, e depois de feitas as costumadas ceremonias, um dos trovadores ergueu-se, desenrolou um pergaminho cheio de illuminuras, e começou em voz alta a recitar o seu poema, que era nada menos que um elogio aos guerreiros da espedição maritima.
Já os alvazires carregaram uma galé de armas, e de Coimbra e Montemór vieram outras. Que se contentem com isso, e com o biscouto e farinha que embarcaram! Deixai que não faltará, louvado Deus, mantimento na cidade, embora levem tudo isso ao Mestre.
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