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Nascido na Biscaya em 1821, uma das provincias da romantica e cavalleirosa Hespanha, tão original no curso e transformações do seu longo viver; nascido na Biscaya, repetimos, onde se tem conservado mais arraigado o respeito ás tradições do passado, o amor aos antigos fóros populares, e o apego aos velhos costumes, D. Antonio de Trueba não podia eximir-se a essa triplice e poderosa influencia.

Auctores como Trueba illustram e ennobrecem a litteratura que os adopta e perfilha. Livros, como os seus, podem ser offerecidos á mocidade por leaes conselheiros e guias seguros nos escabrosos caminhos da vida.

Desde o principio d'este seculo temo-nos quasi restringido a cultivar a litteratura franceza, dedicando-lhe a nossa exclusiva admiração, em prejuizo de outras não menos opulentas e brilhantes. Por conseguinte tambem por este lado o distincto traductor dos contos de Trueba bemmerece dos seus concidadãos.

A estes podemos, de certo, juntar D. Manoel Silvella, Asmodeu, pseudonymo, Antonio Trueba, auctor de uns famosos contos, sobejamente conhecidos na litteratura da Europa.

Qual mimosa sensitiva, que se contráe e desfallece ao simples contacto da mão indiscreta ou bemfazeja, como se a ferisse duro e traiçoeiro golpe; assim Trueba se confrangiu logo que, transpondo as montanhas do seu pacifico valle, e achando-se de improviso face a face com a sociedade, que desconhecia, viu, como que offuscando o brilho das grandes idêas do progresso, os sentimentos nobres e patrioticos, e as aspirações elevadas e generosas do coração humano, luctando por toda a parte, e quasi sempre vencidas pela ambição do poder e das honras, pela cubiça do ouro, pela sêde dos gosos e dos prazeres, pela fortuna dos mais atrevidos, e pela inveja dos menos felizes.

Portanto essa condemnação dos progressos do seculo, que apparece em alguns dos contos de Trueba, em rasão dos motivos que lhe dão origem, não deslustra, antes pelo contrario honra o seu coração bondoso e o seu caracter justo e leal.

Pelo que prende com a pessoa moral basta ler simplesmente um conto de Antonio de la Trueba, intitulado O estylo e o homem. Fallemos levemente da formosa historieta do contista hespanhol. Trueba recebe um dia uma carta que o chama urgentemente a Navalcarnero. Dá-se pressa em partir; parte. Ao chegar a Mósteles, um cabo da guarda civil, commandante do posto, exige-lhe o passaporte.

O alvitre foi aceite. Trueba escreveu o conto, que era simplesmente a historia interessante da sua inesperada jornada, historia admiravel de sentimento e singeleza. O verdadeiro conto está n'essa narrativa. O guarda ouviu attento, e, terminada a leitura, disse apenas estas palavras: D. Antonio de la Trueba, póde partir.

D'este juizo das obras de Trueba, que se me affigura imparcial, deduz-se naturalmente um pensamento de louvor a quem promove entre nós a vulgarisação d'estas boas producções.

No correr do dialogo insinuára o cabo que Antonio de la Trueba devia de ser um homem de bem, porque o estylo é o homem; mas que se via obrigado a vedar-lhe a passagem até obter uma prova da sua identidade. «Pois se o estylo é o homem replicou Trueba deixe-me recolher á casa da guarda onde escreverei um conto. Está costumado a lêr os meus livros; reconhecerá o homem no estylo

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