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E, sendo assim, quem não tambem que uma anomalia de ordem psychica ou moral póde tanto desvanecer-se nos descendentes como transmittir-se e accentuar-se até á monstruosidade? O proprio Morel, reconhecendo a tendencia da natureza á reconstituição do typo especifico normal, admittiu a regeneração ao lado da degenerescencia.

Morel foi indiscutivelmente o primeiro a vêr n'uma tal successão de delirios, não apenas um curioso accidente, mas uma verdadeira lei de evolução vesanica, segundo a qual a passagem regular da hypocondria ao delirio de perseguições e d'este ao delirio ambicioso seria um facto constante nos alienados hereditarios.

Antes de imaginar o seu Delirio Chronico anti-degenerativo, releve-se-me a expressão, Magnan reclamava para os delirantes systematisados uma ancestralidade vesanica de duas gerações, pelo menos; e esta idéa, antes emittida por Morel, é a que sempre dominou as psychiatrias allemã e italiana, accordes em acceitar como hereditariamente invalido o cerebro paranoico.

Sem nada accrescentar a este quadro clinico, Morel fez, todavia, desde 1853 umas importantes observações sobre a historia dos perseguidos, affirmando que muitos d'elles principiam por ser hypocondriacos e acabam por delirar n'um sentido ambicioso.

Repetida como uma sorte de cliché por successivas gerações de alienistas franceses, esta gratuita vista do espirito, que Morel repudiou, insinua-se ainda nos livros contemporaneos; e assim é que, embora sem um caso em apoio, Magnan, á maneira de Foville, enumera o raciocinio entre os fundamentos possiveis da transição, no Delirio Chronico, da phase persecutoria á phase ambiciosa.

D'aqui a affirmar a existencia de uma psychose degenerativa de que os delirios hypocondriaco, persecutorio e ambicioso, succedendo-se, não constituiriam senão étapes ou phases evolutivas, vae uma pequena distancia que Morel percorreu, como veremos, desde a publicação dos Estudos Clinicos em 1853 até á do Tratado das Doenças Mentaes em 1860.

Paranoia é o termo com que de preferencia exprimem os auctores allemães contemporaneos este sentido restricto dos delirios systematisados, quer isolados, quer succedendo-se, quer coexistindo no mesmo doente; e assim corresponde inteiramente á loucura systematizada dos francezes, na qual estão comprehendidas as syntheses de Morel, de Gérente e de Régis.

Outros auctores franceses, entre os quaes Renaudin, Broc e Dagonet, notaram a successão de delirios diversos, nomeadamente de perseguições e de grandezas, n'um mesmo alienado; todavia, por desconhecimento ou incomprehensão do alcance dos trabalhos de Morel, nenhum d'elles se preoccupou com a interpretação do phenomeno.

Foi a este proposito que na doutrina de Morel se insinuou o prejuizo theologico: esse typo, conservado nas tradições sagradas, teria sido o homem primitivo, paradisiaco depositario de todas as perfeições especificas, mas condemnado, pelo grande facto da queda original, a condições degradantes de lucta com a natureza.

Extensão do conceito de degenerescencia; desaccordo dos auctores Causas de degenerescencia; opiniões diversas A degenerescencia e a observação clinica; modo de vêr de Magnan; opinião de Krafft-Ebing Necessidade de um ponto de vista geral; seu caracter anthropologico A definição de Morel; o seu defeito essencial A noção do atavismo em psychiatria; as idéas de Magnan e a sua falta de fundamento Ponto de vista de Tanzi e Riva; documentos justificativos A Paranoia é uma degenerescencia.

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