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Porque não? «Nenhuma razão , dizem Tanzi e Riva, para crêr que o cerebro de um paranoico possa oppôr ás causas das doenças intercorrentes uma immunidade de que muitas vezes o individuo normal é incapaz, antes tudo conspira para nos fazer admittir que elle apresenta a essas causas uma resistencia menor» . Assim pensamos tambem, recordando os casos de observação pessoal.

Tanzi e Riva, Loc. cit., vol. XII, pag. 417. Um d'estes, notavel entre todos, é o de um paranoico-originario, que aos 17 annos se cria victima de tentativas de envenenamento e em quem sempre uma exaggerada autophilia se notou. Mas, nem as idéas de perseguição, nem a hyperbolica opinião dos seus meritos lhe embargaram o passo no curso de direito, que concluiu.

E desde logo, com effeito, um fecundo movimento de inquerito aos delirios systematisados surgiu e se affirmou por estudos de uma profundidade e originalidade imprevistas. N'esta ordem de idéas são a mencionar, sobretudo, as memorias de Tanzi e Riva e de Tonnini. O trabalho dos dois primeiros escriptores é dos mais importantes e, como vae vêr-se, dos mais originaes.

Emfim, declarando que a Paranoia não implica uma desordem geral, mas ideativa, não tendendo por si mesmo para a demencia, Tanzi e Riva accentuam que ella consiste n'uma degenerescencia intellectual.

Tanzi e Riva fazem notar em primeira linha a crença profunda e inabalavel dos paranoicos nas suas concepções delirantes, mau grado todos os raciocinios que as demonstram falsas, mau grado a evidencia dos factos, que as contradicta, e a realidade das coisas, que as choca; essa crença, inaccessivel a argumentos, superior a controversias, resistente ás suggestões do mundo objectivo, é verdadeiramente uma tão integral e tão pura como a das velhas almas religiosas em face dos dogmas e das doutrinas revelladas.

Declarando a Paranoia uma psychose degenerativa, de marcha essencialmente chronica e sem precedentes de emotividade morbida, Tanzi e Riva excluem resolutamente do quadro da doença os delirios systematisados secundarios, que succedem á mania e á melancolia, e bem assim os agudos, admittidos pela escóla de Westphal.

Descriptivamente definida, a Paranoia é para Tanzi e Riva «uma psychose funccional de fundo degenerativo, caracterisada por um particular desvio das mais elementares operações intellectuaes, não implicando nem uma gravissima decadencia nem uma desordem geral; que se acompanha quasi sempre de allucinações e idéas delirantes permanentes mais ou menos coordenadas em systema, mas independentes de qualquer causa occasional constatavel ou de qualquer condição morbida emotiva; que tem uma evolução nem sempre uniforme ou continua, mas essencialmente chronica; e que, em geral, não tende por si mesma para a demencia» .

Exteriorisando-se as mais das vezes por um delirio systematisado, a Paranoia póde, todavia, existir sem elle; d'aqui a variedade que os auctores denominam Paranoia indifferente, isto é, desacompanhada de delirio. O que é então a Paranoia, segundo Tanzi e Riva?

Por nossa parte hesitamos tanto menos em fazel-o quanto é certo que na Verrücktheit vemos apenas uma possivel manifestação da Paranoia. Mas, precisamente se encarregam os factos de pôr em relevo o lado fraco d'esta doutrina e a exactidão da que sustentamos com Tanzi e Riva.

De Morel a Magnan; de Westphal a Cramer; de Buccola a Tanzi e Riva A loucura hypocondriaca; o delirio chronico; a loucura parcial; a Verrücktheit aguda e chronica; a Paranoia; a delusional insanity Determinação pathogenica.