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Descobrirei as contas da Avareza junto ao esquife d'uma virgem bella, o Tedio bocejando á lauta meza, a Fome da mansarda na janella, a Inveja ululando contra a preza, como uiva á lua a lugubre cadella, e o Suicidio, nas manhãs geladas, espedaçando o craneo nas calçadas.

A velhinha da mansarda tem como certo que, além do indispensavel á sua alimentação, ha de gastar um vintem por dia: dez réis para o seu Diario de Noticias, dez réis para o carapau do seu gato. Ás cinco horas da manhã, quando a gente parte ou chega de uma viagem, todos os moços de fretes lêem preliminarmente o Diario de Noticias, encostados ás esquinas das ruas.

Tinham fome em casa... E pediu a um a outro, encolhido, escondido, bebendo as lagrimas, para que lh'as não vissem, n'uma afflicção de rachar pedras. Na mansarda as duas esperavam esse triste e amargurado pão, e elle nem dava pelas ruas por onde caminhava com passos incertos, de bebado.

Vae tambem corromper-te em sacrificio D'essa libertinagem, e do vicio! Não! Não! Ninguem me esse direito, Que apenas crearia mais um leito Na impudica mansarda da baixeza! Não! ninguem me auctorisa essa fraqueza. Ninguem, mesmo ninguem, tal me concede, Nem jámais a minha alma diz e pede Que lance p'ra mizeria e para o crime Uma outra alma que d'elle se redime!... Fica, pobre creança!

Os que assim matavam o tempo esperando o comboio, era um poeta a quem conheceremos pelo nome de Marcial e um pintor que se chamava André, ambos amigos intimos de Ernesto e a quem este remettêra de Alicante um telegramma avisando-os da sua chegada. Marcial e André viviam juntos n'uma mansarda da rua do Prado, tinham um creado para ambos e comiam no café Suisso.

Todos os dias se pareciam, como a desgraça se assemelha á desgraça. Até que cahiu por terra e durante a noite inteira correu na mansarda aquelle ruido de lagrimas baixinho e monotono; toda a noite infinita o Gebo chorou prostrado. Quiz tentar, quiz ainda erguer-se, mas a desgraça havia-o emfim aniquilado: engordára-o, exhaurira-o e pregára-o para sempre a chorar n'um colxão de trapos.

Todos os dias desapparece alguma das mulheres levada para o Hospital. Mas cantam, cantam sempre. Sofia sorri resignada. Na vida que lhe resta? O Gebo a sustentar. Todas as manhãs sobe á mansarda onde o velho dorme, levando-lhe pão, que elle mastiga com um na garganta. Olha-a com lagrimas e diz: Filha! A existencia é como um circo. Não ha piedade.

O que sabemos é que a piedade com o infortunio, exercida obscuramente, no casebre, na mansarda, nos recèssos onde se occultam as grandes miserias, vê-a sómente Deus. A Criméa, Athenas, Varna, Gallipoli eram proscenios diante quaes se assentava espectadora a Europa, e a reacção sabe o que valem as artes scenicas. O theatro tentava!

Não sabes, o que é voltar alta noite do ruido de uma grande festa e atirar-se um homem de cansado a cima de uma enxerga alastrada em uma mansarda lobrega, depois das mais brilhantes ovações, depois de ter aspirado o perfume quasi celestial da gloria. Quantos n'aquella noite não invejariam a minha transfiguração, sem saber que o Thabor por onde subia era semeado de cardos que me ensanguentavam.

Os commerciantes aceitaram-o como terceiro ajudante de guarda-livros com ordenado de dous mil francos. Vendeu Affonso as suas joias, e alugou uma mansarda, que mobilou, consoante a escolha de Tranqueira, pobre e limpamente. O criado comprou um cavallo, a que elle chamava um milagre, e uma carroça, com que trabalhava de carrejão, nas horas occupadas do amo.

Palavra Do Dia

vagabunda

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