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O Conde de Lucanor de D. João Manuel, algumas das ficções do Gesta Romanorum, o Decameron de Boccacio, os Contos de Cantorbery, resentem-se bastante do livro do judeu convertido da Huesca.
E de dia ou á noite, sentados em Collares, em Seteais ou nas cadeiras do Victor iremos contando o nosso Decameron, respirando um bom ar, e um pouco de alegria, pelo menos... O Decameron! exclamou o Leotte. Sabem acaso vocês que os fugitivos da peste negra de Florença eram sete mulheres e tres homens? Isso comprehende-se.
Proponho que organisemos um Decameron para zombarmos da meia-noite, como os narradores de Bocaccio zombaram da peste de Florença. Cada um de nós, que se sentir para isso com forças, se compromette a compôr uma historia phantastica, uma lenda, um conto maravilhoso que será lido aqui ao bater da meia-noite.
Mas como o Maldonado houvesse quebrado o seu silencio habitual, o Vasconcellos intimou-o a dar qualquer pequeno contingente para o nosso Decameron. Que não; que não sabia historia nenhuma. Que não tinha geito para contar. E a assemblea insubordinada: Que contasse alguma coisa, senão que o levaria o diabo.
Para V. Exas. fazerem uma ideia mais precisa desta crua franqueza, passo a ler um fragmento de uma carta que Bocacio escreve a Mainardo de Cavalcanti, apreciando o «Décameron» e censurando este seu amigo por haver deixado ler tal livro
N'essa folia, que teve muito de carnavalesca, o tempo fugiu despercebido, as horas voaram. Ao fim da tarde, mergulhados n'um verdadeiro banho de aromas primaveris, estavamos nós sentados junto ao Chalet de Madame, quando o Vasconcellos alvitrou auctoritariamente: Agora, sim senhor. Agora é occasião propicia de darmos principio ao nosso Decameron. Tem a palavra o sr. Fulano, como se combinou.
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