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Prescindo de depoimentos preciosos, prescindo, por agora, da sanção do vegetarismo pela autoridade de individualidades tão altas como, por exemplo, Leão Tolstoi, para o qual o vegetarismo é o primeiro passo, ou como êsse outro proféta de alêm-mar, Henrique David Thoreau que julgava «um benfeitor da sua raça» aquêle que ensinasse os homens a limitarem-se a uma dieta mais inocente e salutar do que aquela miserável de degolar cordeiros». Não ignoro que riquezas de elucidação e de exemplo deixo de usar, nem o faço sem mágoa.

O reconhecimento deste facto é hoje uma verdade corrente. O mais rudimentar estudo do vegetarismo não deixará de o apontar. Por certo somarão milhões as folhas impressas em que se encontram os nomes de vegetarianos que foram na história dos povos da Europa como signais da sua grandeza e juizes e farois do seu tempo e dos tempos futuros.

Consideremos por um instante os momentos em que a defesa e a prática do vegetarismo se mostraram mais calorosas, mais acentuadas nas afirmações e mais disseminadas na acção. Imediatamente se nos revelará o seu carácter e a sua influência na moralidade das raças.

O que nesse campo havia e ha a conquistar e é o legado funesto de gerações sôbre gerações de crueldade, é infinito. O que se conquistou é minimo relativamente ao que importa conquistar. Por isso um homem como Wagner descerá do altíssimo pedestal a que o próprio talento e a fama o ergueram e virá com os mais humildes exortar os infieis e os ignorantes a iniciarem a sua redenção no vegetarismo.

Se os nossos tempos não toleram martírios, nem por isso pódem prescindir de tenacidade e firmeza d'animo onde uma grande aspiração se proposer conquistar o seu lugar no mundo. A tarefa será tanto mais árdua quanto é certo que o vegetarismo se enleiado e combatido por tradições terríveis. Toda a nossa civilização é filha da civilização romana.

Lichtenberger, no seu excelente estudo de Ricardo Wagner como poeta e pensador, expõe-nos nestes termos as ideias daquêle soberbo gênio sôbre o vegetarismo, particularmente sôbre a importância que ele lhe atribuia na regeneração física e moral das sociedades humanas.

Escurece-se na pulverização do império romano, enquanto o tumulto das guerras e a poeira do desabar de ruinas não consentiam parança em que os problemas morais da nossa vida se traçassem e solvessem. Mas logo a breve trecho eis renascido com Montaigne o vegetarismo em toda a sua pureza e formosura porque se reatava o fio perdido e quebrado da cultura antiga.

E o vegetarismo, tendo os seus altares e o seu heróico punhado de fieis em todos os paises que atingiram a sensibilidade moral e religiosa, está infelizmente longe de ter penetrado na concepção vulgar das obrigações humanas, como é mister para a redenção de tantos e tão dolorosos males que nos afligem e perseguem por culpa da nossa cegueira e obscuridade.

Leiam-se as obras morais de Plutarco, que viveu do primeiro ao segundo século da éra cristã. São um monumento, até hoje e por certo para sempre inabalável, da dignidade humana. encontraremos a causa do vegetarismo posta em termos de tal evidencia que constituem como a razão ultima da sua legitimidade e do seu valor moral, religioso e fisiológico.

Mas o que deixo apontado será por ventura o bastante para a demonstração da tése que me propus defender; e a necessidade de concluir este primeiro ponto das minhas considerações não permite que mais me alongue na apresentação dos documentos em que se fundam. Disse que o vegetarismo tem os seus pergaminhos, que possue títulos autênticos de nobreza. Provam-no os documentos que apresentei.

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