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Atualizado: 9 de junho de 2025


Aqui ouvi o sino da torre badalando para a oração da meia-tarde... Pela primeira vez não fui eu que toquei: devia ser um dos padres, na minha falta. Todo o povo sesteava, por isso ninguém viu. Voltei a mim. Lembrei-me de que o animalzinho precisava alimento. Tranquei portas e janelas e saí para buscar um porongo de mel de lechiguana, por ser o mais fino. E fui; melei; e voltei.

Um dia, na hora do mormaço, todo o povo estava nas sombras, sesteando; nem voz grossa de homem, nem cantoria das moças, nem choro de crianças: tudo sesteava. O sol faiscava nos pedregulhos lustrosos, e a luz parecia que tremia, peneirada no ar parado, sem uma viração.

Foi nessa hora que eu saí da igreja, pela portinha da sacristia, levando no corpo a frescura da sombra benta, levando na roupa o cheiro da fumaça piedosa. E sai sem pensar em nada, nem de bem nem de mal; fui andando como levado... Todo o povo sesteava, por isso ninguém viu. A água da lagoa borbulhava toda, numa fervura, ronquejando tal e qual como uma marmita no borralho.

E por certo por essa força que nos ligava sem ser vista, como naquele dia em que o povo sesteava e também nada viu... por força dessa força, quanto mais os padres e alguazis ordenavam que eu morresse, mais pelo meu livramento forcejava o irado peito da encantada, não sei se de amor perdida pelo homem, se de orgulho perverso do perjuro, se da esperança de um dia ser humana...

Entrei pelo cemitério, por detrás da igreja, e desatinado, derrubei cruzes, pisoteei ramos, calquei sepulturas!... Todo o povo sesteava; por isso ninguém viu. Fechei a guampa dentro da canastra e fiquei estatelado, pensando.

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