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Atualizado: 15 de junho de 2025


E era então que êle se refugiava intensamente na leitura de Schopenhauer e do Eclesiastes. Porque?

E de resto todos os Lyricos e Theoricos do Pessimismo, desde Salomão até o maligno Schopenhauer, lançam o seu cantico ou a sua doutrina para disfarçar a humilhação das suas miserias, subordinando-as todas a uma vasta lei de Vida, uma lei Cosmica, e ornando assim com a aureola de uma origem quasi divina as suas miudas desgraçazinhas de temperamento ou de Sorte.

Todas as revistas e jornaes sollicitavam a preciosa colaboração; o Suisso chamára-lhe plagiario e idiota, apontára-lhe seis erros de concordancia, descobrira que em Coimbra roubára versos a Anthero do Quental, n'um poemeto que correra impresso, Sunt lacrimae rerum, em que Gonçalo Freire acreditava no Inconsciente, segundo Hartman e na Vontade, segundo Schopenhauer.

Conhecia certos melros que cantavam em certos choupos. Exclamava enternecido: Que encanto, a flor do trevo! Eu citei, com discreta malícia, Schopenhauer e o Eclesiastes... Mas Jacinto ergueu os ombros, com seguro desdêm. A sua confiança nesses dois sombrios explicadores da vida desaparecera, e irremediavelmente, sem poder mais voltar, como uma névoa que o sol espalha.

Em Bourget sente-se, como em Anthero, visivelmente e fortemente, a influencia da Allemanha. Discipulo de Schopenhauer, foi elle talvez inconscientemente seduzido quem tornou Schopenhauer intelligivel á França, e popular ou, pelo menos, conhecidissimo em França.

E agora aos trinta e tres annos a sua occupação era bocejar, correr com os dedos desalentados a face pendida para n'ella palpar e appetecer a caveira. Foi então que o meu Principe começou a ler apaixonadamente, desde o Ecclesiastes até Schopenhauer, todos os lyricos e todos os theoricos do Pessimismo.

Diz mais o orador: «Sr. presidente! e a entonação do tribuno continua a ser lacrimosa e pathetica li os sarcasmos de Voltaire, as ironias de Swift, as investigações de Renan, os de-esperos de Schopenhauer, Hartman inventando religiões para o futuro, Buchner divinisando a materia.

Tudo isso fermentava no cerebro de Anthero de Quental, mas a sua personalidade não se deixava absorver pelo optimismo que, depois dos romanticos, se espalhou na Europa, lyricamente ingenuo no Occidente afrancezado, systematicamente philosophico na Allemanha hegeliana. Schopenhauer, ninguem o lia. Não era moda.

O suicidio do grande poeta responde agora, lugubre, mas coherente, terrivel mas logico, á irresistivel pergunta. O pessimismo de Anthero não era, como a maior parte dos que nós por ahi conhecemos, um pessimismo pessoal, egoista, limitado ás contradicções e ás tristezas do seu proprio destino. Era um pessimismo philosophico, como o de Leopardi, como o de Schopenhauer, como o de Leconte de Lisle.

Herdeiro de uma terrivel nevrose, não teve a ventura de deparar uma doutrina moral, uma philosophia que lhe fortificasse o espirito; pelo contrario, as suas leituras de Schopenhauer, e a cultura do ideal pessimista em que se enlevava artisticamente, incutiram no seu espirito a ideia do suicidio que involuntariamente se tornou effectiva.

Palavra Do Dia

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