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Sobre a commoda ardia uma lamparina perennal diante da lithographia colorida de Nossa Senhora do Patrocinio: eu punha todos os dias rosas dentro d'um copo, para lhe perfumar o ar em redor; e a titi, quando vinha remexer nas minhas gavetas, ficava a olhar a sua padroeira, desvanecida, sem saber se era á Virgem, ou se era a ella, indirectamente, que eu dedicava aquelle preito da luz e o louvor dos aromas.

Consterna ver o desamparo em que o Moloch d'estas voluntarias hostias deixa affogar-se em lagrimas e derreter-se ao fogo da desesperação um homem que tinha direito a receber consolações analogas á devoção com que se deixa esmagar na carne e no espirito!... Ah! eu cuidei que, na minha retirada de Portugal, o deixaria enlevado na beatifica visão e antegosto da eterna e perennal mão direita do Deus-Padre!

A mão que referenda o crime da injustiça, Quando podia erguer da deleteria liça Um sol ou um jasmim, Assigna, sem pensar, o perennal deslustre De um seculo, de um nome, ou de um paiz illustre, Da Humanidade emfim! Como ha de pois a Historia olhar esse Gigante, Que tinha em si a morte, o Bem, a luz e o crime?

Qual costuma romper d'alpestre rócha Limpida fonte, e serpeando o campo Por entre as pedras vai com doce, e grato Continuo estrondo alimentando as flores; C'huma fonte depois, depois com outra Sempre augmentando a crystalina vêa, Que cresce, e passa a lucido regáto, E, recebendo d'outros mil tributo, O fundo leito alarga, e bramoso Aqui começa a se fazer torrente, Espuma, e freme, e se arrebata, e foge, De tanto, e tanto feudo enriquecido, E soberbo de si no fundo Oceano chega, confunde o nome, as aguas: Tal do seio da immensa Natureza, Escuro seio, pouco a pouco trouxe O humano entendimento a luz brilhante E dest'arte raiou Filosofia, Que foi por longos seculos juntando D'alma sciencia o perennal thesouro, Suave fructo da innocencia antiga, Ah! tão buscada em vão na idade nossa!

Ao ver abrir-se o tumulo Sorrias sem receio, E se a teus olhos veiu Funda expressão de dor, Foi quando a boca tremula Da mãe que te perdia, Á tua enfim se unia, Com mais profundo amor! Então, como ella, pallida, Soltando o extremo alento, Volveste num momento Á gloria perennal! E logo fria, gellida, Sem ter nem cor nem vida, Par'ceste adormecida, No seio maternal! Setembro de 1856.

Suicidou-se em Janeiro de 1849, no Porto, precipitando-se da ponte-pensil sobre o Douro. Tem um monumento no cemiterio do Repouso, com o seguinte epitaphio que não diz nada: Saudade perennal, geme, e avalia Thesouro de que é cofre a sepultura. Estou escrevendo sobre uma pasta que era a d'elle, e tenho aqui um sinete com duas iniciaes: a sua, e a da mulher que lhe inspirava o amor... da morte.

Em teu sagrado, perennal Retiro Disponho, ao som de lânguidas querélas, A rosa, o cravo, a túlipa, o suspiro. Medrai no chão de Amor, florinhas béllas... Ah Lilia! Eu gózo o Ceo!... Lilia! Eu respiro Tua alma pura na fragrancia déllas! Pedio-mo Pessôa, que virtuosamente a amava; e a mágoa do assumpto, apurada na tristeza da minha situação, deo hum Soneto, que talvez penhore os corações ternos.

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