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Atualizado: 18 de junho de 2025


Gonçalo reclinou a vista á esposa, como quem diz: Bem vos percebo, a ti e mais a ella... Quem diria? O conde de Monção não provou bocado. Vinham-lhe á garganta uns suspiros tão dos seios d'alma, que, reduzidos a verso endecassyllabo, dariam mais sonetos que os de Petrarcha. Desvelava-se em servi'-lo Gonçalo Malafaya, e nem com a mais loura aza de perdiz lhe aguçou o appetite!

Perdiz, ou branda vitella, São deste remedio o nome; Da vossa esplendida meza Seja elogio huma fome; E porque o Padre o não saiba, Será a melhor cautella, Mandar tirar a iguaria Quando elle olhar para ella.

Fumava nos cachimbos turcos, segurando com as mãos ambas os compridos tubos, envolvia-se na pezada manta alemtejana companheira das caçadas, traçando-a sobre o hombro com um gesto aciganado, tirava o seu chapéu para, deante do espelho, ageitar com um sorriso gaiato um chapéu de feltro enfeitado com uma penna de perdiz, contente por se saturar da vida de Carlos, por surprehender a sua intimidade.

Desde o rei ao batedor, desde o caçador ao armador, todos quantos abandonam as commodidades da sua casa e se dedicam aos prazeres da caça, são inimigos irreconciliaveis da perdiz; por isso a natureza a dotou com uma vista melhor que a do lynce, de um ouvido superior ao da lebre, e de um instincto de conservação tão grande que não ha animal que lhe ganhe.

O boletineiro vae-se embora, e o caçador prosegue: Se alguma das perdizes era mais gorda, eu aproveitava a occasião para fazer uma galanteria a meu pae ou a minha mulher, e mandava o cão a casa com a perdiz. Olha , dizia-lhe eu entregando-lh'a, tu vaes n'um instante a casa levar esta perdiz a meu pae. Mas toma cuidado, Epaminondas, olha que esta é para meu pae. Nada de tolices, Epaminondas!

Voaram as perdizes, surprehendidas no seu doce bem-estar, á sombra de um sobreiro, e como o violento e rapido vôo da perdiz excita e põe nervoso o caçador aficcionado, Mauricio exclamou: Vamos a ellas, senhor Ernesto. Sim, sim, vamos, que não disparei.

Nada de cerimonias, o modesto cosido e uma vez por outra uma perdiz com molho de villão ou um coelho á caçadora, de que muito gósto, e por isso para prato darei doze reales diarios. O café e o vinho ficam por minha conta. Por agora aqui têem esse caixote, onde estão varias garrafas. Preciso que me cedam a sala, porque tenciono pintar alguns boccados.

E o Epaminondas, como se não fosse realmente um cão, mas uma pessoa, dizia-lhe: Nada, não. Esta mandou-a o senhor para o pae. Logo virá outra para a senhora. O que?! Pois o cão dizia isso?! Está claro que não dizia como a gente o diz. Mas fazia-se entender de tal modo, que minha mulher deixava-o passar, e era meu pae que recebia a perdiz. Depois o Epaminondas voltava logo. E dizia alguma cousa?

E no cenaculo da praia, seja n'um estanco, n'uma botica ou n'uma loja de capella, é elle o habitué que tem corda para mais tempo, o caso é dar-lhe a gente a cheirar á imaginação môlho de perdiz ou deixar-lhe vêr por um oculo, n'uma referencia fugitiva, um coelho que elle logo fila para nos impingir a sua illyada venatoria.

Em cahindo alguma perdiz mais geitosa, o Epaminondas estava-me logo a dizer: «E a perdiz da senhora?» «Pois bem, leva a perdiz, e não te demoresMas qual era o processo de eloquencia a que o Epaminondas recorria para se fazer comprehender tão explicitamente? Eu sei ! Era tudo: os olhos, o focinho, o rabo. Era tudo!

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