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No mais Muſa, no mais, que a Lira tenho Deſtemparada, & a voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente ſurda, & endurecida: O fauor com que mais ſe acende o engenho, Não no a patria não, que esta metida, No goſto da cubiça, & na rudeza Dhũa auſtera, apagada, & vil triſteza.

Quem é que arrasta, eternamente, A velha e a nova geração que perde O seu calor, seu sangue, febrilmente Aos braços infernaes da Musa Verde!? A Miseria a irmã velha do Peccado, E o Luxo, o Mal! tão negros conselheiros! São quem os faz, no asphalto abandonado, Ver apagar, com dia, os candieiros?...

Se a tua musa jamais se librou magestosa nos epicos arrojos da lyra de Camões, cantor do coração e poeta do Amor como elle, a morte vos irmanou na grandeza da sepultura. Para elle foi sepulchro enorme a patria. Quem sabe onde jaz? Era pequena uma cova para tamanho homem. Repoisa na patria, sepultura por dois lados orlada pelo mar.

A minha Lyra tinha uma corda: Emquanto môço tanto cantei, Que a pobre corda despedacei. Agora, ás vezes, se a Musa accorda, E quer de novo pôr-se a cantar, Ninguem a corda pode emendar. Era uma corda que vibrava Quando a minh'alma toda chorava, E tantas mágoas, tantas, cantei, Que a pobre corda despedacei.

Não vão pensar que a minha musa seja Alguma apparição allucinante De olhar azul e labios de cereja, Diadema d'oiro e espada flammejante. A musa protectora d'estes versos Detesta a rima altiva dos pamphletos, Educa-me em principios bem diversos: Lê-me Petrarcha, o mestre dos sonetos.

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