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Eil-os que cruzam as estradas e os trilhos das montanhas, seguem em caravanas numerosas a visitar os logares celebres, encorporam-se nas romarias, entram nos templos e entram nos theatros, bebem chá japonez, e até, burlescamente ajoelhados, engolem o arroz cosido e deliciam-se no peixe cru que as creadinhas vão servindo.

Com effeito, a Semente casou com um japonez e safou-se... e faço votos para que o seu nome lhe seja de bom agoiro, dispondo os fados a concederem aos conjuges uma prole feliz e numerosa; e a Primavera morreu; morreu, por mofina coincidencia, quando a outra Primavera ia renascer, dar viço e flôres ás arvores, não ás da cascata, mercê da nova empreza.

Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galenteio se a phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da musumé, reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos.

Não é preciso mais para justificar o tique de loucura, facilmente perceptivel, da enorme maioria d'estes expatriados, homens e mulheres, após curta residencia no paiz japonez. Ora pois, dada esta concisa explicação á gente incredula, ha alguns dias, na cidade de Kobe, irrompeu a Primavera. Pela noite velha, fóra chegando uma brisa como que amorosa, acariciadora, perfumada.

O sentimento artistico japonez deprava-se naturalmente na industria de hoje, em grande parte com destino á exportaçäo para a Europa e para a America; é nos utensilios communs de uso indigena, onde näo intervem o modernismo, que ainda reside o gosto esthetico, puro e inconfundivel, da gente japoneza, revelando por si o complicado conjuncto de esmeros, de elegancias, de chimeras, em que a alma d'este povo se deleita.

A fabula, segundo observa, e com criterio, o auctor japonez que consultei a tal respeito, offerece duas lições de alta moral. Uma é esta: a mulher que pretenda conservar um bom marido, deve captival-o pela barriga, isto é, pelo esmero do seu repasto; parecendo averiguado que o estomago é o orgão mais sensivel, e porventura o mais grato, do homem, o rei da creação.

N'este paiz japonez, onde parece que os seres, homens e bichos, nasceram e vivem n'um banho perenne de sorrisos, mais desoladora se afigura ainda a condição dos pobres brutos, que um dia inspiraram estas linhas melancholicas que escrevo.

Na loura manhã que se ergue, como o meu ouvido escolhe As cousas de acôrdo com esta emoção o marulho das ágoas, O marulho leve das ágoas do rio de encontro ao cais..., A vela passando perto do outro lado do rio, Os montes longinquos, dum azul japonez, As casas de Almada, E o que ha de suavidade e de infancia na hora matutina!... Uma gaivota que passa, E a minha ternura é maior.

Ensina-se nos livros que por meados do nosso seculo XII, o pintor Kakuyu, que era bonzo buddhista, iniciou no Japão a pintura caricatural. Pois seja assim; concedo ao frade o merito de ter traduzido pelo pincel, por vez primeira, o humorismo d'esta gente. Mas tal humorismo, como feição moral, nasceu com o mesmo povo, é-lhe um fector do sentimento; e cada japonez é, e foi, e será, um caricaturista.

Na historia japoneza, palpita, como nas paginas da Biblia, a alma da tribu, propensa, pela tendencia geral da gente rustica, ao milagre, á maravilha, ao inverosimil; convindo apenas não esquecer que o japonez, menos idealista do que o hebreu, não vae mui alto no mundo das chimeras, voeja terra a terra, aprazendo-se em entretecer de graciosas fabulações as aventuras dos seus homens illustres.

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