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Pobre passarinho! Emquanto vivia e cantava, esqueceram-se d'elle e deixaram-n'o morrer de fome na gaiola; depois de morto é que o choraram e lhe fizeram honrarias pomposissimas. A relva e o malmequer lançaram-as para a poeira da estrada; d'aquelle que com tanta ternura tinha amado a cotovia, ninguem se lembrou. *Não quero*

Cecilia demorava-se porém pouco tempo junto d'ella, e pouco tempo em toda a parte. Lembrava uma avezita prisioneira, quando, ao amanhecer de um dia de sol desanuviado, após longos de nuvens e de chuva, bate as azas, salta de poleiro em poleiro, esvoaça de encontro ás grades da gaiola, e ensaia de novo o canto, havia muito interrompido.

De uma vez atirei para dentro da janella este soneto traduzido do hespanhol de Lope de Vega. Não ha expressões humanas que possam dizer mais: Dava alimento a um passarinho um dia Lucinda, e pela estreita portinhola Foi-se-lhe a ave das grades da gaiola Ao vento livre, onde a cantar vivia. Ouviu-a enternecido o passarinho, Bate as azas para a prisão antiga, Que tanto póde uma mulher que chora.

No dia seguinte de manhã, assim que o malmequer abriu as suas folhas ao ar e á luz, reconheceu a voz do passarinho, mas o seu canto era triste, muitissimo triste. A pobre cotovia tinha boas rasões para se affligir: haviam-n'a agarrado e mettido n'uma gaiola, suspensa entre uma janella aberta.

O canario começava a pipilar na gaiola, sentindo as livres aves gorgearem na frescura dos quintaes, e, na rua, os vendilhões ambulantes povoavam de sons estridentes o ar nebuloso da manhã primaveral. Tinham decorrido quinze dias. O namoro havia pegado, consolidara-se. Com uma certeza chronometrica o Alberto passava invariavelmente, todas as tardes, em frente da casa de Ermelinda.

Ainda assim, apesar do seu fadario, são alegres, teem nos olhos a vivacidade que os caracterisa e a delicadeza e graça de fórmas propria dos canarios, admiravelmente intelligentes. Chega uma pessoa que quer tirar sorte. Aproximada da gaiola a caixa dos bilhetinhos coloridos, o homem dos canarios abre a porta d'arame, e chama por um: Vem , Isabel!

Muito redondo o vestidinho; os cabellos annelados e auri-luzentes; o pequenino corpo escondido na fita que lhe servia de cinto. E chilreava, e esvoaçava, como se tivesse a casa por gaiola. Á medida que a pequerrucha ia crescendo, crescia com ella o amor paternal. Sorriam de a vêr sorrir, e choravam de a vêr chorar. O grande receio era de que morresse. Esta é a loucura de todos os pais.

Foi com os rouxinoes, que dentro da gaiola Perdem toda alegria, e morrem sem cantar.

Gonçalo recolhia para o almoço depois d'um passeio no pomar percorrendo a Gazeta do Porto, quando avistou no banco de pedra, rente á porta da cosinha, onde a Rosa mudava o painço na gaiola do seu canario, o Casco, o José Casco dos Bravaes, que esperava, pensativo e abatido, com o chapeu sobre os joelhos. Vivamente, para se esquivar, remergulhou no jornal.

Aquella cabeça não toma rumo! dizia Manoel Quentino Nem eu sei como por tanto tempo aturou o serviço do escriptorio! E olhe que foi bom e real serviço o que elle fez! Inda estou para saber como aquelle diabo de rapaz pôde em tão pouco tempo fazer o que a muitos leva annos! Mas então com que... esta manhã... Hein? Fugiu o passaro da gaiola? E de carruagem!

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