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Sei tudo! exclamou com força e precipitação Mendonça Sei tudo... Ámanhã vou para Portugal. pedi licença, e não m'a deram. Não importa. Deserto. Julguem-me como quizerem; condemnem-me, arcabuzem-me, mas que eu veja Carlota antes de morrer. Esta mulher é tudo quanto eu tenho na vida. Se eu não morrer por ella, se me não sacrificar na honra, em tudo quanto ha mais sagrado na vida, sou um infame sem rehabilitação perante Deus e a minha consciencia. Se ella está morta, fui eu que a matei, não foi o malvado que me roubou estas cartas, e privou a desgraçada Carlota de ver as minhas. comprehendes o segredo d'estas cartas? Esse homem que mataram, solicitou o meu desterro, para obstar ao meu casamento com a sobrinha. Interceptou a nossa correspondencia com o fim de matar n'ella o amor com a certeza da ingratidão. Foi elle quem me enviou aqui um homem com a noticia de que ella se tinha casado. Eu esforço-me ha seis mezes em vão para conseguir licença de ir a Portugal salvar este anjo, e curar-me da desesperação que me tem levado ao extremo do suicidio muitas vezes. Agora creio que perdi Carlota. Quando chegar ao Porto estará ella professa. Não importa. Quero vel-a, quero que ella me veja morrer braçado aos ferros que a separam de mim para sempre. Esta minha agonia não tem igual n'este mundo, meu amigo. Separam-me duas mil leguas da mulher que eu poderia salvar, se a visse n'este momento. Por que a não procuraste tu? por que lhe não mostraste estas cartas, que nos salvariam ambos? Podias ter-nos feito um bem, que eu te agradeceria de joelhos, e ella endoudeceria de jubilo... Paciencia... agora devorarei todas as torturas da duvida com menos angustia. Ainda tenho uma esperança... Disseste-me que o pae de Carlota estava pobre. Talvez que não possa dar-lhe o dote para a profissão, talvez que uma doença retarde esse terrivel acontecimento. Talvez que Deus se compadeça de nós ambos, e lhe inspire a esperança de tornar-me a ver. Nunca tive tanta confiança na misericordia divina.

Eu sou, de facto, um enigma, o arremêdo da Esphinge, que o capricho dum canteiro exprimiu em pedra á beira do lago. Sou o monstro de Thebas, que resurgiu em fórmas novas. O que vês é o meu avêsso. Não me percebes! Não te devorarei, como o antigo monstro fazia a quem lhe não decifrava o enigma. Petersfield não é bem o monte de Thebas e a Esphinge de hoje tem de ser uma Esphinge civilizada...

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