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Atualizado: 3 de maio de 2025


O tio José entretem a familia com historias alegres que fazem rir todos, excepto o João que, com o olhar fito num ponto do brazido, parece alheio ao que se passa em volta de si. De vez em quando, despertando da sua abstracção, olha para o pae, passeia o olhar em roda, e volta a mergulhar-se nas suas reflexões.

As palavras do Gabiru empoeiravam-n'os d'inquietação e tristeza, e a noite era como um brazido que alguem remexe. Ouvira-se primeiro o murmurio, a zoada do sonho affastado; ouvia-se agora rolar como um rio que incha e trasborda. Ha oiro! para ha oiro!... E era como se do globo tivesse irrompido uma torrente de sonho. O Predio parecia abalado. Todo aquelle terriço de creaturas o esbrazeara.

Ia crear! ia crear!... Aquelle chão que o arado do sonho lavrára, eil-o atravessado por este veio turvo, que tudo remexe e transforma a Vida. Consumira-o o sonho, tornando-o cambado e gasto, esguio e d'olhos perdidos de scisma... Acordára emfim para a realidade e elle, que tinha passado a vida a revolver um brazido d'idéas, longe da terra e do seu lodo, amou a Mouca, raza como o chão.

Põe-se o Gebo a contar a sua historia, surge o Corsario, uma velha tragica, com o caio dos palhaços, o Astronomo, um sabio hirsuto, o Gabirú, philosopho esguio e hirto como uma taboa, que tem descoberto mundos e ignora as coisas mais simples d'esta vida. Remexe n'um brazido de idéas e nunca olhou cara a cara a existencia.

De saudade, de sonho, de lodo e piedade, construira uma figurinha offendida e triste, andando no mundo aos tombos, sem pão e sem abrigo. A elle que passára a vida inteira a atear um brazido, cabia-lhe em sorte a Mouca, escarneo de ladrões e de soldados.

Pelo contrario, o incredulo diz entre si: «Deus existe; os máos serão castigados»; e, se em seguida se aturde e apaga no intimo aquelle presentimento lucido da justiça divina, é porque lhe estão sempre figurando o brazido inextinguivel e as atrocidades sem fim que enterneceriam tigres e fariam chorar as pedras sobre o destino dos condemnados.

E, alegremente, esvoaçam na levada alvas farinhas, bailando o seu delírio sob os colmos que protegem a azenha sonorosa. E, ardentemente, o brazido dos fornos vigilantes fabrica no seu fogo o doce pão que, quando alvorecer, nos reanime para seguirmos na terra essa jornada da via dolorosa, via ingrata.

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