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Se elle o podesse encontrar, senhor Barredo, estou que choraria, estreitando ao coração o homem talvez unico n'este mundo que lhe resta dos que na mocidade o prezaram... Certamente disse José de Barredo enternecido a lagrimas.

Francisco Luiz interrompeu a narração para referir a correspondencia que tivera com o tal medico portuense, imaginando que elle, por um acaso maravilhoso, poderia ser o filho de Antonio de , uma creança que... Muita gente accudiu José de Barredo e eu mesmo pensei que fosse teu filho... E admiro que não soubesses que era filho de Antonio de !

Continuou o doutor Barredo: O alvoroço que me fez o apparecimento d'aquella senhora alquebrada e de todo desfigurada, dizendo-me que era a formosa morgada de Carrazedo, t'o posso comparar com aquelle que, ha pouco tu me causaste, Francisco. São dois lances da minha vida que não podem repetir-se. Não tenho mais ninguem que esperar da minha mocidade.

Desfez-se o plano de irem juntos a Aveiro, e foram juntos para Bragança; Francisco Luiz de Abreu quiz acompanhar o velho amigo, no proposito de lhe desacerbar as lagrimas da viuvez, se a desgraça fosse inevitavel. Era. Francisco Luiz assistiu aos funeraes da esposa de José de Barredo.

No dia seguinte ao meio dia, os dois velhos chegaram a Coimbra, e andaram procurando as differentes casas em que tinham morado. Ao segundo dia de repouso, cuidaram em jornadear para Aveiro. Pouco antes da partida, chegou a Coimbra um proprio enviado da casa de José de Barredo; noticiando-lhe que sua mulher estava em perigo de vida.

Morto estou eu , meu amigo. Que me faz a mim agonisar sobre as brazas da minha tristeza irremediavel, ou expirar mais depressa nas torturas da polé ou nas do garrote? Como quizerem... José de Barredo quiz suspender a narrativa do tocante á viuva de Antonio de Mourão para ouvir a dos successos de Francisco Luiz. Não lh'o permittiu a anciedade do amigo.

Faça idéa, e continuou Barredo faça idéa do meu assombro, senhor... senhor... póde dizer-me a sua graça?... Um amigo do meu amigo da mocidade, não deve hesitar em querer a amizade que lhe offereço, e dizer-me o seu nome...

Direi balbuciou commovido o outro no mais correcto portuguez: mas ha de ser com o coração bem perto do teu, José; abraça-me, e ouve-me muito baixinho esta revelação feita á tua alma: Eu sou Francisco Luiz de Abreu. José de Barredo abriu a bôca até onde lh'o permittiam as articulações das mandibulas. A expressão d'aquelle seu grandissimo espanto foi um som rouco, similhante a um brado de terror.

Francisco Luiz de Abreu, n'aquelles dias, descêra dos arrabaldes de Bragança, onde fôra despedir-se do seu amigo José de Barredo, e passára por Aveiro, onde conjecturava encontrar ditoso e embevecido nas delicias do céo o sacerdote de Jesus. Catequeze O padre passou a consultar os filhos sobre a escolha de seu futuro.

Eu fazia-te na India!... Sobe, meu desventurado rapaz, que não ha ainda duas horas que os teus condiscipulos te lamentaram, especialmente José de Barredo se arrepellava por ter sido teu confidente n'esses funestissimos amores que te perderam... Com razão!... murmurou o outro com razão me lamentaste, que eu sou desgraçado, quanto póde sel-o n'este mundo um rapaz de vinte annos.

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